Marcos Braz foi flagrado por câmeras de segurança agredindo um torcedor do FlamengoReprodução de vídeo

Rio - Imagens registradas por câmeras de segurança de um shopping na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, mostram que o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, parte para cima do entregador Leandro Campos da Silveira Gonçalves Júnior, de 22 anos. O caso aconteceu em setembro do ano passado. De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), as imagens desmentem a versão apresentada pelo dirigente logo após o caso.
Em um dos vídeos, é possível ver Braz caindo por cima de Leandro enquanto seguranças tentam apartar a confusão. Carlos André da Silva, amigo do dirigente, fica de pé e acerta chutes no entregador. Em seguida, o vereador levanta e também chuta a vítima caída. Por último, lhe dá um tapa na cabeça. Além dos chutes, Leandro também sofreu uma mordida na virilha.
Veja o vídeo:
Em entrevista coletiva realizada na mesma semana das agressões, Braz afirmou que havia sido ameaçado de morte na frente da filha, de 14 anos. As imagens, no entanto, apontam que a adolescente não estava ao lado do pai no momento das agressões.
Braz e Carlos André respondem por lesão corporal. De acordo com a denúncia, os dois perseguiram o torcedor por um dos corredores do estabelecimento e o agrediram com socos e chutes até serem contidos pela equipe de segurança. O órgão também afirma que não há comprovações de que Leandro tenha ameaçado Braz ou sua filha.
O promotor também afirmou que a filha do dirigente, acompanhada de duas amigas, deixou a loja do shopping sem ter qualquer contato com Leandro, que teria se aproximado do estabelecimento pelo outro lado do corredor.
DIA tenta contato com Marcos Braz, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Falta na Câmara
No momento das agressões, acontecia uma votação de caráter urgente na Câmara de Vereadores do Rio. Braz chegou a realizar um pré-registro de presença, mas não compareceu para cumprir o seu dever. O painel da votação exibiu um sinal de interrogação ao lado do nome do vereador durante a sessão que envolvia uma discussão para autorizar a Prefeitura do Rio contrair um empréstimo de R$ 702 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No mês de outubro, o vereador teve um desconto no salário por conta da falta.
Ainda na coletiva realizada logo após o caso, Braz disse que às terças e quintas, de 13h30 às 16h, os parlamentares dão presença virtual pra entrar no sistema, onde eles têm conhecimento das pautas que vão ser votadas, de 16h às 18h, mas que ao iniciar a votação, quem não comparece ao plenário ganha falta.
"Chega 16h e se você não botar o dedo dentro da câmara, você toma falta, você é descontado do salário. Eu tomei a falta, eu não fiz nenhuma ilegalidade, eu vou ser descontado, só para deixar claro. Eu fiz a opção de estar com a minha filha um dia antes do aniversário dela, uma filha que não mora comigo, foi uma opção minha", disse.
Relembre o caso
No dia 19 de setembro, Braz estava no Barra Shopping acompanhado da filha de 14 anos, quando foi abordado e cobrado por um torcedor, em razão do momento turbulento da equipe. O vídeo da agressão foi compartilhado pelo Venê Casagrande. De acordo com o jornalista, o rubro-negro Leandro Campos, que trabalha como entregador, disse que pediu para que o dirigente saísse do Flamengo, mas ele não gostou e partiu para a agressão. O torcedor também afirmou ter sido mordido.