Rio- O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou à Auditoria de Justiça Militar três policiais militares por terem cobrado propina em uma blitz da Lei Seca e ocultado imagens das câmeras corporais durante as abordagens. Eles são acusados de praticar os crimes de concussão e negativa de obediência, ocorridos em setembro de 2022.
De acordo com a denúncia, o crime de desobediência foi praticado pelo menos três vezes por cada um, durante o serviço. Eles estavam de plantão em apoio à Operação Lei Seca, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, quando retiraram a câmera do uniforme para não serem filmados na abordagem.
Os PMs abordavam os carros e exigiam R$ 300 para não apreenderem o veículo pela falta do Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo (CRLV) físico. Uma das vítimas denunciou o caso a um capitão da PM que estava na Lei Seca. Confrontado, um dos policiais se prontificou a devolver o dinheiro à vítima. Os PMs envolvidos foram conduzidos à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar e as câmeras foram apreendidas.
Segundo a denúncia, foi constatado que os policiais utilizaram indevidamente as câmeras operacionais ao retirá-las propositalmente no momento das abordagens. Essa é a primeira denúncia pelo crime de desobediência. O MPRJ requereu à Justiça o afastamento dos denunciados do serviço operacional.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que "a Corregedoria da Corporação, através da 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), constatou o cometimento de transgressões disciplinares graves por parte dos três policiais, opinando pela submissão dos três ao Conselho de Revisão Disciplinar, parecer este remetido à Auditoria de Justiça Militar para prosseguimento dos trâmites processuais."
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.