Atendimentos por síndrome gripal tiveram um aumento significativoDivulgação

Rio - Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) divulgados essa semana mostram uma tendência de queda nos indicadores da Covid-19. A análise elaborada pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ) considera registros entre 11 e 24 de fevereiro, período que representa as semanas epidemiológicas sete e oito de 2024. Casos de síndrome gripal apresentaram aumento significativo.
A taxa de positividade de testes de antígeno na rede pública caiu de 29,7% para 25,9%. Já na rede privada, a redução foi de 23,8% para 20,3%. Em relação à taxa do RT-PCR, houve aumento de 39% para 50,4% na positividade na rede pública, o que, de acordo com técnicos da SES-RJ, foi uma variação eventual, já que os demais indicadores apresentaram queda. Na rede privada, a redução foi de 35,7% para 31%.
"Um fator que pode explicar esse fenômeno é que, em meses mais quentes, a tendência é que o coronavírus circule de forma menos intensa, Outra possibilidade é que as pessoas talvez estejam mais conscientizadas. Além disso, existe também o esgotamento dos vulneráveis à doença, pessoas que adoeceram a pouco tempo já tem anticorpos contra a cepa em circulação no momento e acabam não adoecendo eventualmente ou adoecendo de forma tão branda que não é dado o diagnóstico", afirma o infectologista Edimilson Migowski.
Apesar da queda na positividade da Covid-19, os atendimentos por síndrome gripal em adultos nas UPAs da rede estadual tiveram um aumento significativo. O número de pessoas atendidas passou de 2.039 para 2.755 entre as semanas consideradas. Em crianças, esse aumento foi de 1.143 para 1.376.
Em meio, também, à epidemia de dengue, o médico André Ricardo destaca a importância de diferenciar os sintomas e não deixar de se vacinar. "Temos três doenças circulando que, no início, podem apresentar os mesmos sintomas, que são Covid, influenza e dengue. Covid e gripe dão sintomas respiratórios e a Dengue não, é importante observar isso. O ideal é que as vacinas sejam atualizadas a cada ano, como é a da gripe, e que as pessoas continuem tomando o imunizante", disse.
O boletim aponta ainda que, apesar da redução na taxa de positividade dos testes de Covid, as solicitações de leitos tiveram um aumento, principalmente nas faixas etárias de 70 a 79 anos e acima de 80.
"Nosso monitoramento indica que a demanda pelo atendimento por síndrome gripal neste momento é causada por outros agentes infecciosos, como a Influenza por exemplo. Já o aumento nas solicitações por leito é reflexo de casos iniciados nas semanas anteriores", afirma a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
A SES-RJ reforça a importância de manter as doses de reforço em dia para evitar casos graves e óbitos pela doença. Pessoas com 18 anos ou mais devem tomar duas doses de reforço. Aquelas entre 12 anos e 17 anos, uma dose de reforço.
*Reportagem da estagiária Giovanna Machado, sob supervisão de Flávio Almeida