Atualmente, Abrão atua como Secretário de Ação Comunitária do Rio de Janeiro, no lugar de Chiquinho BrazãoDivulgação

Rio - A prisão de Chiquinho Brazão (União Brasil), acusado de mandar executar a vereadora Marielle Franco (Psol), acendeu o debate sobre sua permanência no Congresso Nacional. O parlamentar foi alvo da operação Murder Inc, na manhã deste domingo (24), junto com o irmão, Domingos, e o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa. Caso Chiquinho tenha o mandado de deputado federal cassado, quem ocupa a vaga é Ricardo Abrão, primeiro suplente do partido e ex-presidente da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis. Ele é sobrinho do patrono da agremiação, Anísio Abraão David. 
Abrão tem experiência na vida política. Já foi eleito duas vezes deputado estadual e assumiu como suplente na Câmara Federal após a nomeação da deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ) para o Ministério do Turismo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado. Atualmente, ele atua como Secretário de Ação Comunitária do Rio de Janeiro. Ele tomou posse no lugar do próprio Chiquinho Brazão, que deixou o cargo para reassumir a cadeira em Brasília.
Além do passado na política, Abrão também tem ligação com o Carnaval carioca. Ele é primo de Anísio Abraão David, patrono da escola de samba Beija-Flor e já foi, inclusive, presidente da agremiação entre os anos de 2017 a 2021.
União Brasil anunciou que sua Comissão Executiva Nacional antecipou para a noite deste domingo (24) a reunião que discutirá a situação de Chiquinho e avaliar sua possível expulsão do partido. Inicialmente, essa decisão estava prevista para acontecer na próxima terça-feira (26), mas integrantes da sigla querem resolver o caso o mais rápido possível.
Operação Murder Inc.
Por ordem do STF, a Polícia Federal deflagrou nesta manhã a Operação Murder Inc, que prendeu de forma preventiva Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. Os três são suspeitos de serem os mandantes do crime.
Quem autorizou a operação foi o ministro Alexandre de Moraes, integrante da Corte, que assumiu recentemente o caso Marielle.
A prisão dos suspeitos ocorreu após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciar a homologação da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, apontado como o responsável por executar os assassinatos, em março de 2018. O caso foi federalizado e passou a ser de responsabilidade do STF após Lessa citar o deputado Chiquinho Brazão, que tem foro privilegiado.