Grupo de mulheres denunciou o homem que também era diretor de harmonia da Beija-Flor de NilópolisReprodução / Redes Sociais

Rio - Um grupo de mulheres denunciou o ex-assessor de um deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio. Henrique César de Oliveira é acusado pelas vítimas de praticar crimes como agressão, cárcere privado e tentativa de feminicídio. Uma delas, ex-namorada do rapaz, afirma que foi asfixiada e que chegou a desmaiar após se recusar a dormir na casa dele na madrugada do último dia 19. 
Através das redes sociais, a jovem relatou os momentos de terror que passou ao ser mantida em cárcere privado. "Fui mantida trancada na casa dele de 3h até às 5h20 da madrugada porque eu não quis dormir na casa dele. Ele me trancou, disse que eu não sairia mais de lá. E por questões de segundos, eu quase não saí mesmo. Denunciei, fiz exame e estou expondo para ele saber que foi a primeira e última vez", escreveu na postagem. 
A vítima relatou que foi asfixiada e Henrique só a soltou quando ela desmaiou. "Sofri uma tentativa de homicídio, agressão física e psicológica pelo meu namorado. Ele me puxou pelo cabelo e me jogou na cama. Esse foi o momento em que ele subiu em cima de mim e me manteve asfixiada por um tempo. Ele só me soltou quando infelizmente desmaiei e urinei nas calças. Lembro de acordar com ele me balançando e dizendo que só deixaria eu ir embora se ele fosse junto. Quando ele foi colocar uma roupa, eu fugi", relatou a jovem. 
A mãe decidiu expor o homem que tentou matar a filha dela em uma rede social. A mulher afirma que não vai ficar calada porque não quer ser mais uma mãe que chora pela morte de uma filha. "Ele tentou matar minha filha asfixiada. Peço que divulguem a foto dele porque não podemos permitir mais um feminicídio e que ele não faça mais vítimas. Temos que tomar uma atitude, não ficarei calada pois sou mãe e não quero ser mais uma que chora pela morte a filha", desabafou na postagem.
A vítima contou, ainda, que outras jovens a procuraram relatando ter sido vítimas do mesmo homem, que também já foi diretor de harmonia da Beija-Flor de Nilópolis. "Já descobri que outras mulheres passaram pelo mesmo que eu, algumas denunciaram, outras não, por medo. Ele tentou me matar, tentou matar outras meninas e nada foi feito. Preciso de justiça, minha vida está em risco", disse.
Em nota, a Beija-Flor de Nilópolis informou que Henrique foi afastado de suas funções, assim que a agremiação tomou conhecimento das agressões. "A direção ressalta que seguirá acompanhando o caso até que o processo seja julgado pelos órgãos competentes", diz trecho da nota.
"A agremiação reforça o compromisso irrestrito com a integridade das mulheres e com a defesa de seus direito, repudiando veementemente qualquer foram de violência", finaliza o comunicado da Beija-Flor.
O deputado Rafael Nobre, do União Brasil, que teve Henrique como seu assessor parlamentar entre fevereiro e maio de 2023, informou que não tem conhecimento sobre a vida privado do ex-assessor desde que ele deixou o cargo.
Procurada, a Polícia Civil não respondeu se investiga as denúncias. O espaço está aberto para manifestações.
O DIA também entrou em contato com Henrique César de Oliveira. Ele negou as acusações e afirmou estar a disposição para cooperar com qualquer investigação relacionada ao caso. "É importante ressaltar que não há veracidade nos rumores ou acusações feitas contra mim, tendo em vista que tais circunstâncias ventiladas não são as verdadeiras. Tenho plena confiança na justiça e estou certo de que, após uma investigação completa, minha inocência será comprovada", diz trecho. Henrique disse, ainda, já se apresentou na delegacia para "fornecer todas as informações necessárias para esclarecer essa situação".