Jovem recebeu uma descarga elétrica ao encostar em uma barra de ferro energizada atrás do palcoReprodução / Redes Sociais

Rio - Está marcada para a tarde desta terça-feira (2) a primeira audiência de instrução do caso da estudante de odontologia Maria Fernanda Ferreira de Lima, que morreu após receber uma descarga elétrica ao encostar em uma barra de ferro energizada durante uma festa no Terreirão do Samba, no Centro do Rio, em 2019. A sessão está marcada para começar às 14h45 na 31ª Vara Criminal. 
Em março do ano passado, a Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público e seis pessoas viraram rés, sendo um gestor do local, quatro responsáveis pela montagem da estrutura do evento e um bombeiro civil. Segundo a denúncia, todos agiram de forma negligente ao não observar as normas técnicas que causaram a morte da jovem.
A denúncia destaca que Maria Fernanda estava em um evento no local quando, ao sentar-se em um apoio de metal, encostou no tapume metálico que separava a área VIP da comum, sofrendo uma forte descarga elétrica. Ainda de acordo com o documento, Sérgio Luiz Noronha Pinto, gestor do Terreirão do Samba, violou o dever objetivo de cuidado, ao permitir a realização do evento de hip hop sem a apresentação da fiscalização dos órgãos competentes, como a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros.
Gerson de Almeida Faria, proprietário da empresa contratada para montar a estrutura metálica, subcontratou três pessoas (Gustavo da Silva Pereira, Reymar Alcides da Silva Alves e Jorge Luiz dos Santos Soares, também denunciados) não qualificadas para a instalação das placas metálicas, além de não realizar nenhuma fiscalização após a montagem das estruturas. A declaração ainda expõe que o bombeiro Wellington Garcia Cruz foi negligente no exercício de sua função por não comunicar o fato às autoridades legais ou tentar encerrar o evento.
Maria Fernanda estava na festa Puff Puff Bass quando foi eletrocutada. Ela chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas teve duas paradas cardiorrespiratórias e não resistiu.
Na ocasião, a organização da Puff Puff Bass comunicou que o acidente ocorreu às 4h e depois dos primeiros socorros no posto médico, a estudante foi levada com vida para o hospital, mas infelizmente veio a falecer. "Estamos totalmente desolados com o ocorrido e ficamos inteiramente à disposição para qualquer suporte necessário. Estamos trabalhando junto às autoridades competentes para esclarecer de fato o que provocou tal fatalidade. Assim que tivermos um parecer técnico do ocorrido, voltaremos para esclarecer mais informações. O dia é de extrema tristeza e de luto".
Caso parecido em março deste ano
Um jovem de 25 anos morreu após ser eletrocutado durante o festival de música I Wanna Be Tour, no último dia 9, no Riocentro, Zona Oeste da cidade. De acordo com testemunhas, o acidente ocorreu por volta das 22h, quando uma tempestade atingia a região e o público tentava se abrigar nos poucos espaços cobertos.
João Vinícius recebeu uma descarga elétrica ao encostar em um food truck energizado. Ele chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas, segundo a unidade de saúde, o paciente chegou sofrendo parada cardiorrespiratória e não resistiu.