Segundo a Seop, camelôs eram obrigados a pagar uma taxa semanal de R$ 100 para o uso do espaçoReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio – O primeiro dia de fiscalização da Feira de Ambulantes da Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, teve reclamações de pessoas que queriam trabalhar. Agentes da Polícia Militar, Guarda Municipal e Secretaria de Ordem Pública (Seop) estiveram no local nesta segunda-feira (8) para fazer valer o decreto da prefeitura que regulamenta o espaço na calçada, no trecho entre as ruas Buenos Aires e da Carioca, para receber 75 comerciantes.
O secretário Municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, esteve no local e falou da medida: "Hoje, a gente inicia o trabalho de ocupação da Uruguaiana, com foco na liberação das calçadas, para os pedestres terem trânsito livre. 75 ambulantes regularizados pela prefeitura que hoje, recebem seus equipamentos para poderem começar seus trabalhos de forma organizada, respeitando a legislação e vendendo produtos autorizados. Lembrando que aqui, funcionava, até agora, como um ponto de receptação de celulares roubados. É um trabalho para combater esse tipo de ilegalidade e liberar as fachadas das lojas dos comerciantes estabelecidos aqui. Vamos continuar trabalhando com o foco de ordenamento urbano e auxílio à segurança pública", disse.
Camelôs que não receberam suas barracas relataram dificuldades para ter acesso às informações. Apesar de algumas reclamações de pessoas que não receberam suas barracas, não foram registrados incidentes.
O atendimento para regularização dos 75 ambulantes autorizados a atuar na região começou na última segunda-feira (1), na sede da Seop, na Cidade Nova, no Centro do Rio. Ao todo, foram identificados 120 ambulantes na Uruguaiana e os 45 que não foram contemplados no sorteio poderão se regularizar em outros pontos da cidade e também serão encaminhados para a Secretaria de Trabalho e Renda.
No final de fevereiro, ambulantes ilegais foram proibidos na Rua Uruguaiana, em decisão conjunta entre o prefeito Eduardo Paes (PSD) e o governador Cláudio Castro (PL). A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) descobriu que camelôs eram obrigados a pagar uma taxa semanal de R$ 100 para poderem utilizar o espaço.
Coordenadora do Movimento Unido dos Camelôs, Maria dos Camelôs explicou, ao DIA, os próximos passos para os ambulantes que não conseguiram suas barracas: "Hoje é um dia muito importante para a gente. Estamos com a organização dos camelôs da Uruguaiana. Sabemos que é só o começo. 75 pessoas ganhando autorização aqui e estamos aguardando os 79 que estão na ordem de espera. A prefeitura disse que vai assentar os restantes. Eles vão começar a ser chamados no Diário Oficial. A cidade está sendo mapeada para ver onde eles vão ficar", afirmou.
Maria também chamou atenção para outra reivindicação do movimento: "Queríamos dizer à prefeitura que estamos aqui, com as barracas, e que lutamos pela legalidade, o que é muito importante. Mas queremos, também, um depósito para guardar as barracas. Temos uma lei de depósito desde 2018. Ela está votada na Câmara e até hoje, o prefeito não a cumpre. Nós precisamos de um depósito legalizado para guardar as barracas legalizadas. Não adianta nada ter que guarda-las em um depósito clandestino", protestou.