Lara Emanuelly Braga da Silva e o padrasto, Carlos Henrique da Silva JúniorReprodução

Rio - O padrasto da menina Lara Emanuelly Braga da Silva, de 3 anos, morta neste domingo (14) dentro de casa, em São João de Meriti, na Baixada, confessou à Polícia Civil que agrediu a criança antes de sua morte. Carlos Henrique da Silva Júnior foi preso em flagrante por homicídio qualificado, após ser encontrado na residência, junto com o corpo da criança, que apresentava sinais de agressões, no bairro Vila Rosali.

O caso aconteceu na Rua Antônio Alexandre de Oliveira. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 21º BPM (São João de Meriti), foram acionados e chegando ao local se depararam com duas viaturas do SAMU. Os PMs isolaram a região para perícia e encaminharam o acusado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o assassinato.

Ao DIA, o Delegado Mauro Cesar da Silva Junior informou que a DHBF segue investigando para apurar se há outros envolvidos no crime e se as agressões eram corriqueiras.

Além do padrasto, a menina morava com a mãe e com outros irmãos. No momento do crime, ela estava no hospital com outra filha. A mulher prestou depoimento no domingo (14) e não há nenhuma acusação contra ela nesse momento.
Maike de Oliveira, pai da menina, revelou ao DIA, que a filha mais velha, de 9 anos, passou a morar com a mãe dele após reclamar de morar na residência com o padrasto. Ele abriu uma vaquinha on-line para ajudar nos custos do sepultamento.
"Tenho três filhos com a mãe dela e a mais velha não queria, não gostava de ficar na casa da mãe. Ela está comigo, mora com a minha mãe. Ia para minha casa e não queria mais ir embora, então fiquei com ela e a mãe ficou com os dois mais novos", explicou.
"É uma covardia brutal o que ele [Carlos Henrique] fez com a minha filha, cadeia para ele é pouco. Eu estou sem cabeça nenhuma até para conseguir me expressar, mas meu sentimento é de revolta. Minha filha era uma criança muito meiga, muito doce. Ela ficava agarrada comigo quando me via. Eu falava muito para ela que eu amava ela. A gente vê as coisas acontecendo na televisão e jamais imagina que vai acontecer com a gente", acrescentou.

Ainda não há informações sobre o sepultamento da criança. De acordo com Maike, a situação está demorando a ser resolvida porque seu nome não está na certidão da filha e a mãe não compareceu no Instituto Médico Legal (IML) até o momento. O pai afirmou que acompanhou a gravidez da criança e era presente na vida da filha, mas já estava separado da ex-mulher quando a menina nasceu e o padrasto não incluiu o nome dele na certidão.
Tia da criança sofre ameaças
Nas redes sociais, Suellen, tia da criança por parte de mãe publicou que tem sofrido ameaças por conta da semelhança que possui com a irmã. Até o momento, Polícia Civil ainda não definiu se a mãe da menina, que estava em uma unidade de saúde no momento do crime, é suspeita ou não.
"Gente, eu sou apenas tia. Estou sendo atacada, pessoas acham que eu sou a mãe e me chamam de assassina, me ameaçando. Infelizmente, ela é minha irmã, jamais compactuaria com os erros dela. Ninguém da minha família está aceitando isso, não mereço ser atacada desse jeito", publicou.
Ao DIA, Suellen contou que, por conta da semelhança com a irmã e as ameaças que tem sofrido, está com medo de sair de casa, inclusive para ir ao sepultamento da sobrinha. Além disso, relatou que vai à delegacia para registrar ocorrência por conta da situação.
*Reportagem da estagiária Bruna Bittar, sob supervisão de Thiago Antunes
*Colaborou Fred Vidal