Rio - Após semanas de muito trânsito na Avenida Brasil, agravado com a inauguração do BRT Transbrasil, a Câmara do Rio voltou a debater o tema nesta terça-feira (16), em uma audiência pública convocada pela Comissão de Transportes. Na semana passada, parlamentares da Câmara de Vereadores do Rio já haviam se reunido pela mesma causa. Tópico dos caminhões na faixa seletiva divide opiniões.
Na última quinta-feira (11), foi anunciada a liberação das faixas seletivas da avenida, a partir de 23 de abril, para veículos privados, fora dos horários de pico, nos finais de semana e feriados. Além disso, a prefeitura do Rio também anunciou que caminhões não poderão acessar a seletiva em qualquer horário, e devem seguir utilizando exclusivamente as duas faixas da direita na pista central.
Segundo a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, a decisão de manter restrições ao tráfego se baseia em um estudo técnico. "Só uma pista para veículos aumentaria o engarrafamento e prejudicaria o fornecimento do serviço. O BRT nasceu para utilizar duas pistas. Mas, para mitigar os efeitos de retenções, flexibilizamos o uso da pista", disse.
Integrante da comissão de Transportes, o vereador Luiz Ramos Filho (PSD), por outro lado, defende a ampliação do horário de uso da faixa e a construção de estacionamentos particulares no entorno das estações do BRT. "Essas medidas devem acontecer de forma a incentivar a migração do transporte individual particular para o BRT", ressalta.
Para o Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro, a proibição de circulação de caminhões e veículos de transporte nas vias seletivas pode afetar o escoamento de produtos. "Quando você cria restrições aos caminhões de transporte, você acaba sufocando as empresas, que além da violência e do risco de roubo de cargas, acaba migrando para outros municípios", afirmou Donizete Pereira, vice-presidente da Sindicarga.
Segundo estudos do Centro de Operações Rio (COR), o risco de caminhões se envolverem em acidentes de trânsito na Avenida Brasil é seis vezes maior do que o de carros. Ainda de acordo com o estudo, as ocorrências têm pico entre 6h e 8h da manhã, o que prejudica a fluidez do trânsito entre Deodoro e o Centro da cidade, e o impacto provocado também é maior.
Uma nova reunião com representantes do município e das Secretaria de Estado de Transporte e de Segurança Pública deve ser agendada para se pensar não só o trânsito da Avenida Brasil na cidade do Rio de Janeiro, mas sua integração com toda a Região Metropolitana.
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