Lara Emanuelly Braga da Silva e o padrasto, Carlos Henrique da Silva JúniorReprodução
Carlos Henrique, de 30 anos, ficou algemado durante todo o tempo da oitiva "por questão de segurança". Ele responde por homicídio qualificado, com atenuantes do tortura ou outro meio insidioso ou cruel e recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.
No despacho, o magistrado detalhou como a criança foi espancada até a morte, no domingo (14), por não querer tomar banho. Segundo o relato do suspeito, as agressões aconteceram dentro do box do banheiro da casa onde a menina morava, em Vila Rosali, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Ela confessou ter agredido a criança com tapas e chutes que fizeram com ela batesse a cabeça na parede do banheiro por várias vezes.
Em depoimento prestado à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Carlos disse que bateu em Lara "como se estivesse batendo em um homem". Ainda de acordo com o criminoso, o espancamento durou de 30 a 40 minutos.
"O próprio custodiado, de forma assustadora, ainda mencionou na delegacia que bateu na menor como se estivesse batendo em um homem, informando que, além dos tapas, deu pelo menos quatro chutes em LARA, sendo que um dos chutes foi na região do tórax, o outro na região abdominal, um nas pernas e o outro próximo à região da vagina de LARA, declarando, ainda, que permaneceu agredindo a menor por cerca de 30 ou 40 minutos", diz a decisão.
Bruno Rodrigues Pinto reforça que a "personalidade extremamente violenta" do assassino justifica a conversão da prisão em preventiva, "para garantia da ordem pública".
"Com relação ao estado de liberdade, salta aos olhos a extrema gravidade concreta do delito, na medida em que o custodiado, de forma extremamente cruel, brutal e violenta, agrediu a sua própria enteada, uma criança de três anos de idade, com tapas e chutes tão intensos que levaram a vítima à morte, ainda no local dos fatos, sem que a menor tivesse qualquer chance de ser socorrida com vida, circunstâncias que revelam a personalidade extremamente violenta do custodiado, razão pela qual é necessária a sua segregação cautelar, para garantia da ordem pública", completa o magistrado.
Com a conversão do flagrante em prisão preventiva, Carlos Henrique da Silva Júnior deverá ser transferido da Central de Custódias de Benfica para uma unidade do sistema penitenciário do Rio de Janeiro. A menina foi sepultada nesta terça-feira, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio.
O caso aconteceu na Rua Antônio Alexandre de Oliveira. De acordo com a Polícia Militar, agentes do 21º BPM (São João de Meriti) foram acionados e, chegando ao local, se depararam com duas viaturas do SAMU. Os PMs isolaram a região para perícia e encaminharam o acusado para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o assassinato.
Além do padrasto, a menina morava com a mãe, identificada como Thayssa Braga, e com outros irmãos. No momento do crime, ela estava no hospital com outra filha. A mulher prestou depoimento no domingo e não há nenhuma acusação contra ela nesse momento.
Segundo o RJTV, outro irmão da menina, de apenas cinco anos, presenciou o assassinato. Ele teria contado ter visto o padrasto bater na menina por duas vezes. E que, em seguida, ela caiu e bateu a cabeça no chão, que passou a sangrar.
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