Policiais em um dos acessos à comunidade da Fazendinha, no Complexo do AlemãoReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Circulação de mensagens aponta vazamento sobre megaoperação no Alemão e Penha
Polícias civil e militar afirmam que desconhecem qualquer tipo de vazamento; governador Cláudio Castro lamentou a possibilidade
Rio - Após mensagens sobre aviso de megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão circularem nas redes sociais desde a noite desta quinta-feira (25), a Polícia Militar e a Polícia Civil informaram que apesar do alto número de equipes e efetivo, desconhecem qualquer tipo de vazamento sobre a ação. O governador Cláudio Castro também se pronunciou e lamentou a possibilidade. O objetivo da operação é prender criminosos de outros estados que estão escondidos na região, atualmente dominada pelo Comando Vermelho.
Através das redes sociais, moradores comentaram sobre a entrada prevista de policias nas comunidades. "Papo de operação amanhã, infelizmente", disse um. "Ameaça de operação amanhã e vai ser justamente na hora que saio", escreveu outro. "Será que é verdade o que estão falando papo de operação amanhã?", questionou uma moradora. As mensagens começaram a circular por volta das 21h.
Durante agenda na Barra da Tijuca, Zona Oeste, o governador Cláudio Castro lamentou a possibilidade do vazamento das informações e pediu que os supostos envolvidos sejam punidos. "O que a gente tem que fazer é achar essas pessoas, prendê-las e expulsá-las do serviço público. Infelizmente, agentes públicos que deveriam estar do nosso lado, então fazendo jogo duplo. É lamentável e a gente está trabalhando muito para punir essas pessoas e retirá-las do serviço público", disse Castro ao RJ1, da TV Globo.
Em nota, as polícias Militar e Civil informaram que desconhecem qualquer tipo de vazamento e seguem em busca dos objetivos da operação. As corporações ressaltaram, ainda, que a atuação em comunidades é parte das ações de combate à criminalidade e se trata de um trabalho fundamental.
"O Complexo do Alemão, por exemplo, é utilizado pela facção que atua na região como bunker e ponto de partida para investidas em outros territórios. A quadrilha promove, ainda, a restrição de liberdade dos moradores e usa a população local como escudo, além de fazer uso de uma rede de contrainformação para descredibilizar o trabalho das forças policiais", finalizou a nota.
Ao menos 350 policiais participam da ação que conta com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque. A Polícia Civil atua com as delegacias especializadas e com a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da corporação. Veículos blindados e helicópteros também circulam na região.
Criminosos colocaram fogo em barricadas nos acessos à comunidade e nas vias principais do Alemão e da Penha para dificultar a entrada dos agentes. Imagens publicadas nas redes sociais mostram a nuvem de fumaça formada por conta das chamas. De acordo com a plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT), os disparos fora ouvidos a partir das 5h.
Outro vazamento
Em fevereiro deste ano, troca de mensagens de criminosos alertaram a comunidade sobre a entrada de agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) no Complexo do Alemão. Na ocasião, os suspeitos falaram sobre as ações que seriam realizadas para prejudicar a entrada da polícia nas comunidades. Ainda na internet, bandidos chegaram a debochar da operação durante os confrontos. A Polícia Militar negou o vazamento e informou que o comando da corporação trabalha sempre para que o planejamento operacional nesse contexto ocorra de maneira sigilosa e efetiva.
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