Bruna e Susane são recebidas com espumante em loja Jo Malone, no Shopping LeblonReprodução/Redes Sociais
Mãe e filha que 'moram' no McDonald´s 'ostentam' luxo em rede social
Nas publicações, as mulheres mostram que frequentam grifes de luxo e tomam até cafés e espumante nos locais
Rio - Roupas, acessórios, cosméticos e até cafézinhos de grife. Esses são alguns dos itens que a mãe e a filha que moram com cinco malas há quase três meses no McDonald's do Leblon, na Zona Sul do Rio, expõem nas redes sociais.
Susane Paula Muratoni Geremia, de 64 anos, e Bruna Muratori Geremia, de 31, fazem diversas postagens em grifes de luxo como Louis Vuitton, Gucci e Jo Malone. Todas as lojas ficam em Ipanema, Leblon, ou em Copacabana, bairros da Zona Sul. Além disso, sempre escrevem as legendas e textos das publicações em inglês.
Nas postagens destacadas, existem diversas fotos de produtos que aparentam ter sido tirados dentro da loja. Além disso, mãe e filha compartilham imagens de cafés e espumantes que tomam nos locais, aparentando ter bom relacionamento com funcionários.
No entanto, uma ex-vendedora de uma loja do Shopping Leblon informou ao DIA que mãe e filha são "figurinha marcada" no estabelecimento. De acordo com a mulher, que preferiu não se identificar, elas iam semanalmente à loja, entravam, escolhiam algumas peças e experimentavam. Em seguida, consumiam o bolo e o café que são servidos no local, e iam embora.
Bruna e Susane seguem "hospedadas" no MC Donald's do Leblon. De acordo com a polícia, não há crime na ação, uma vez que comem e pagam o que é consumido no local. O fast food abre às 7h e fecha às 5h. No período de fechamento, a dupla aguarda sentada na calçada.
Mulheres abrem o jogo ao DIA
Entrevistadas com exclusividade pelo DIA na última quinta-feira (25), dia da repercussão do caso, elas informaram que o dinheiro que possuem é enviado pelo pai de Bruna, que mora na Inglaterra. Ele sabe da situação pela qual as duas passam, mas nenhum dos três vê como um problema. "As pessoas criaram um problema para mim e para minha mãe. Estávamos resolvendo uma situação. Estamos procurando um lugar para ficar. É comum essa situação. Não tem apartamento. Ou colocam o preço lá em cima por causa do turismo, está difícil demais. As pessoas querem lucrar". Bruna e Susane esperam conseguir um local para morar para que consigam retomar a vida normalmente.
As duas afirmaram ainda que na Europa e Estados Unidos a situação é comum de acontecer. "Achei surreal essa história toda. Não permito invasão na minha vida, de ninguém. Sou furiosa com essas coisas", disse Bruna.
Calotes e despejo
Bruna negou os rumores de que havia sido despejada de um apartamento. "Eu fiz um acordo com o proprietário. As pessoas não me conhecem. Eu acho que as pessoas têm que parar de ficar fuçando. Quando mais ficam fuçando, terá processo contra elas. Se as pessoas ainda estão indagando se aconteceu alguma coisa, é um monte de gente burra. É óbvio que aconteceu alguma coisa”, relatou.
Porém, consta que em 2017 as duas foram condenadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul pelo não pagamento de quatro meses de aluguel, entre agosto e novembro. A dívida soma quase R$ 10 mil.
No Rio de Janeiro, os primeiros registros são de 2019. Há ao menos três dívidas nos nomes das duas. Em uma delas, a Justiça condenou ambas e determinou o despejo, por acumularem déficit de R$ 13 mil. Em outro, a avaliação do juiz foi de que se tratava de um caso hipossuficiência, ou seja, elas não tinham condições financeiras de arcar com as dívidas.
De acordo com Bruna, os processos ocorridos em 2017 no Rio Grande do Sul e 2019 no Rio de Janeiro já foram resolvidos.
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