Vila Olímpica da Gamboa foi rebatizada em homenagem a ApolinhoReprodução / Rio Film
O complexo esportivo passa a se chamar Vila Olímpica Radialista "Apolinho" Washington Rodrigues. No texto do decreto, Paes ressalta que o comunicador "teve uma carreira marcante pelo rádio brasileiro, sendo um dos mais conhecidos e carismáticos jornalistas do Brasil".
O prefeito do Rio declarou, ainda, que o radialista "foi um profissional respeitado e querido pelas quatro torcidas cariocas", destacando que Apolinho cobriu 13 copas do mundo, sendo a primeira delas em 1970, quando o Brasil conquistou o tricampeonato.
Após o velório na sede do Flamengo, na Gávea, Zona Sul do Rio, o corpo de Apolinho foi sepultado na tarde desta quinta (16), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul. A despedida contou com a presença de grandes nomes do meio do futebol, como Bebeto, Branco, Evaristo de Macedo, Joel Santana e Gérson "Canhotinha de Ouro".
Um dos grandes amigos de Apolinho, o narrador Luiz Penido se emocionou ao comentar sobre a morte do jornalista. "Eu me recuso a acreditar. Não quero assumir a ideia de que ele morreu porque ele é imortal. Achei também que ele fosse 'imorrível', mas todos nós somos mortais. Dói muito, no fundo da alma, no fundo do coração", desabafou.
Vida dedicada ao esporte
"O futebol de salão é um esporte brasileiro. Eu fui para mostrar como eram as regras, apresentar jogadores e dirigentes", contou Apolinho, em entrevista ao Museu da Pelada, em 2017. Ele se destacou e acabou convidado para participar de um programa na rádio.
Apolinho conseguiu a primeira oportunidade após dois jornalistas, que transmitiam um jogo entre Vasco e Bonsucesso, no Maracanã, brigarem ao vivo. O diretor de rádio os suspendeu por 15 dias e "convocou" Washington para trabalhar naquele período.
Depois do retorno dos jornalistas, Apolinho passou a cobrir o futebol de aspirantes. Depois, foi para a Rádio Nacional, se tornando profissional, em 1966. Ele ficou até 1969, quando ingressou na Globo. Desde então, passou pelas rádios Continental, Vera Cruz, Tupi e Nacional. Ele também já foi colunista dos jornais O DIA e MEIA HORA, além de acumular passagens pela televisão.
Técnico e dirigente
"Aquilo foi uma convocação. Eu tinha de ir. Eu saí da arquibancada para comandar a minha paixão", lembra. De acordo com o site Fla Estatística, ele comandou o time em 26 jogos. No período, foram 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. Em 1998, teve nova passagem pelo Flamengo, dessa vez como dirigente, e retornou à Rádio Tupi em 1999, permanecendo até a sua morte.
Por que Apolinho?
O apelido surgiu quando trabalhava na Rádio Globo, que comprou os equipamentos de comunicação dos astronautas da missão Apollo 11, da Nasa. "O apelido veio do microfone. O microfone se chamava Apolinho. A rádio comprou aquele equipamento. Aí o Waldir Amaral, que era o narrador, falava: 'Lá vai o Washington Rodrigues com o seu Apolinho'", lembrou o radialista, ao Museu da Pelada.
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