Manifestação dos servidores federais da saúde, no Centro do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (17)Renan Areias/Agência O Dia

Rio - Em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira (17), os servidores da rede federal de saúde do Rio decidiram manter a greve, iniciada na quarta-feira (15), por tempo indeterminado. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio (Sindsprev/RJ), houve uma primeira tentativa de negociação entre eles e o Departamento de Gestão Hospitalar (DGH) no fim da manhã desta sexta-feira (17). Na tratativa, o DGH disse que a classe teria que rever o acordo de greve feito em agosto de 2023. No entanto, a condição imposta não foi aceita pelos servidores.
Segundo a auxiliar de enfermagem e dirigente do Sindsprev, Chris Gerardo, a proposta foi considerada um "absurdo". "Depois de nove meses nos reunindo eles disseram que precisávamos rever o acordo de 2023", disse. Ainda segundo a dirigente, o grupo vai tentar apoio de parlamentares para avançar nas propostas e chegar ao fim da greve. Com o grito de "Unidos venceremos e a greve continua", os servidores, reunidos no auditório do Sindsprev, continuam as reivindicações iniciais. Mais cedo, o grupo realizou uma manifestação no Centro do Rio de Janeiro e carregou faixas informando sobre a paralisação.
O grupo reivindica suspensão de proposta de fatiamento ou privatização da rede; fim do sucateamento das unidades federais de saúde; transferência dos servidores da rede federal de saúde para a carreira da Ciência e Tecnologia; cumprimento do acordo de greve de 2023; pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais; prorrogação de todos os Contratos Temporários da União (CTUs) até a realização de concurso público; e reajuste de salários.
A próxima reunião entre os servidores será realizada no dia 20 de maio, no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na Zona Norte do Rio. No dia 21 de maio, o grupo vai se reunir novamente no Hospital Federal de Ipanema (HFI), na Zona Sul do Rio, seguido de uma nova assembleia no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), às 14h. No dia 22 também está previsto um ato no Into, às 11h. 
Entenda os impactos da greve
Devido à greve, estão suspensos por tempo indeterminado os atendimentos não emergenciais e cirurgias eletivas nos hospitais de Bonsucesso e Andaraí, na Zona Norte, da Lagoa e Ipanema, na Zona Sul, Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e dos Servidores do Estado, na Saúde, no Centro. A previsão é de que as unidades permaneçam funcionando com 30% do quadro de funcionários.
Os servidores são contra a divisão da gestão das unidades entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Grupo Hospitalar Conceição, o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio, o que chamaram de "fatiamento".