Brinquedo onde Leonardo estava quando sofreu o acidenteArquivo Pessoal
"No final do dia, eu levei meu filho para brincar na praça e ele foi em um carrossel, que estava girando adoidado, tinha umas vinte crianças brincando, até que ele sofreu uma fratura exposta. Foram pais e mães que me ajudaram a parar o brinquedo e a socorrê-lo", explicou.
O caso ocorreu no dia 27 de abril, mas dois dias depois, após a criança receber alta, Paloma voltou à praça com o marido para mostrar o brinquedo e repararam a falta de um parafuso onde o menino colocou o dedo. Leonardo tinha 3 anos quando ocorreu o acidente - ele fez aniversário no dia 2 de maio.
A família pretendia comemorar o aniversário com primos e brinquedos como pula-pula, o que não pôde ser feito, já que a criança precisava de repouso.
"Como moro em quintal de família, a gente fez só para os adultos uma surpresa para ele, voltada até para o tema 'bombeiro', que é uma coisa que ele gosta muito. Fizemos uma coisa muito singela, até para dar os presentes para ele foi complicado porque ele ficava agitado, mas não deixamos passar em branco, até porque depois desse susto tínhamos que comemorar mais um dia de vida dele", disse Paloma.
A mãe trata o caso como imprudência da prefeitura da cidade e alega falta de manutenção nos brinquedos da praça recém reformada.
"É preciso fiscalização e manutenção dessas praças, são crianças que por mais que estejam sendo monitoradas não podem correr um risco desse que vai impactar sua existência pelo resto da vida. Pensei muito antes de tomar esta decisão e expor estes fatos, mas entendo que a Justiça não é somente pelo meu filho e sim para proteger outras famílias", disse.
A mãe, que é assistente administrativa, havia perdido o emprego duas semanas antes do caso e agora vive uma rotina de levar o filho ao médico. "Estou tendo muitos gastos para recuperação do meu filho, mas o financeiro neste momento não me preocupa tanto quanto o psicológico do meu pequeno", contou.
Em relação à escola, Leonardo está de atestado e teve que se afastar de algumas atividades. "Ele não está podendo ir, deram atestado pra ele até dia 5 do mês que vem. Ele também fazia judô e não está podendo fazer e no mês de junho todo não vai poder", explicou.
Paloma reforçou ainda que a adaptação não está sendo fácil. "Ele anda com medo de deixar qualquer pessoa mexer, criou confiança só em mim, na hora de fazer os curativos ele fica me olhando, tem medo dos médicos mexerem. Para ele mexer o dedo, fica com receio, então tem uma trava, ele fica olhando perguntando o que aconteceu com o dedinho e ele fantasia algumas coisas, já chegou a falar que um passarinho levou o dedo dele. Cada dia que a gente faz o curativo é uma surpresa", relatou.
A família busca ainda testemunhas que presenciaram o caso e ajudaram a socorrer a criança. "Eu estou em busca do pai que me deu carona ao hospital, porque a filha dele também brincava no mesmo brinquedo, mas ainda não consegui localizá-lo. Até o momento, só tenho o meu marido de testemunha, porque ele nos deixou na praça antes de ir trabalhar, e foi a ele que liguei primeiro quando aconteceu para saber se ele estava por perto para levar no hospital. Além da minha mãe, que estava na linha comigo no momento exato que aconteceu, deixei ela falando sozinha na hora e ela acabou ouvindo tudo o que aconteceu", disse.
Em nota, a Polícia Civil informou que A 72ª DP (São Gonçalo) investiga os crimes de lesão corporal e de perigo para a vida. O boletim de atendimento médico da vítima será analisado e os responsáveis pelo brinquedo serão ouvidos. A delegacia solicitou a perícia de todos os brinquedos do local, e pode determinar a interdição, caso encontre alguma irregularidade.
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