Ney Kayque, de 13 anos, ficou com o lado direito paralisadoReprodução
Segundo Henrique Nobrega de Araújo, pai do menino, mesmo com mandados de prisão expedidos contra os suspeitos de atirarem contra o veículo da família, eles ainda não foram presos por falta de contingente na 64ª DP (São João de Meriti), responsável pelas investigações.
"Os bandidos que atingiram meu filho estão soltos, já saiu mandando contra eles e a delegacia está sem pessoal para efetuar a prisão", disse ele.
A família alega que o advogado que os representa foi informado por agentes da 64ª DP de que a prisão poderia ser realizada.
Ney Kayque foi baleado na cabeça no dia 13 de novembro de 2022 no bairro de Vilar dos Teles, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. Ele voltava de carro de um aniversário com a sua família quando eles foram surpreendidos por outro veículo, que emparelhou e atirou contra o automóvel.
O menino passou 29 dias internado e depois de receber alta precisou continuar com cuidados e a tomar medicamentos em casa. Ainda de acordo com relato da família ao DIA, Ney Kayque sofre com várias sequelas até hoje.
Além disso, a família do menino também entrou com uma ação contra o Estado pedindo por uma indenização que, até o momento, ainda tramita na Justiça. Na última manifestação, o Ministério Público do Rio de Janeiro se colocou contra o pagamento por parte do governo.
O pedido de indenização ocorreu pois, no momento do crime, não havia patrulha na região e por conta do “abandono” sofrido pela família, que diz não ter recebido nenhum tipo de amparo.
“Meu filho está com a vida parada e paralisada. O sonho dele de ser militar não pode mais ser realizados”, lamentou.
Henrique também falou sobre as dificuldades de manter os cuidados com o menino em casa, já que ele precisou parar de trabalhar e Ney precisa de ajuda constante.
"Meu filho está com sequelas, ainda paralisado do lado direito. Estamos com medo de sair na rua pois o meliante faz parte da milícia. Estamos em tratamento psicológico e psiquiátrico, não podemos nem voltar a trabalhar, estamos sem chão, sem dignidade", desabafou.
E ainda completa: "Não podemos passar na rua livremente por medo, estamos tendo problemas de locomoção por causa deles [os suspeitos]".
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