O pai da menina, Edilson Amorim, não consegue conter as lágrimas ao falar da filhaReginaldo Pimenta/Agência O DIA

Rio – "O que ele fez com minha filha... Não merece perdão". O desabafo é de Paulo Sérgio da Silva, 36, pai da menina Sophia Ângelo Veloso da Silva, de 11 anos, encontrada morta dentro de uma lixeira na Ilha do Governador, Zona Norte. Durante a manhã, ele esteve no Instituto Médico Legal (IML) no Centro do Rio, para realizar a liberação do corpo, onde relatou ainda que o homem preso pelo crime não deveria nem estar vivo.
"Está muito dolorido, estou destruído. Eu só vou sossegar quando esse cara tiver em outro mundo, porque aqui ele não merece está não. Todo mundo amava minha filha, uma mulher acabou de falar comigo de Portugal, outro da Angola... Todo mundo a conhecia. Esse covarde teve sorte, porque o destino dele não era esse", lamentou.
Sem parar de chorar, o pai agradeceu a todas as pessoas que estão tentando o oferecer um pouco de conforto, mas disse que nada tira a dor de perder sua filha.

"Eu estou arrasado, ele arrancou uma parte de mim, tem um buraco no meu peito que vai demorar muito pra ser tapado, se é que vai ser tapado, eu estava ouvindo a voz dela, tão inocente, ela falava todo dia que me amava", contou.
Paulo disse ainda que a Prefeitura do Rio se disponibilizou a pagar o sepultamento, mas que a empresa em que ele trabalha tem seguro, que cobre os custos. O enterro será nesta quinta-feira (30), às 13h, no Cemitério do Cacuia, na Zona Norte.
Por fim, ele explicou que Sophia tinha o sonho de ser estilista, que estava estudando inglês com ele, e que tinha ótimas notas. "Eu quero lembrar da minha filha no momento de glória, ela era um amor, inteligência pura", finalizou.
Relembre o caso
O corpo de Sophia Ângelo Veloso da Silva, de 11 anos, foi encontrado dentro de uma lixeira na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, na tarde de terça-feira (28). A vítima foi vista pela última andando com o irmão de sua ex-madrasta, na segunda-feira (27).
O cadáver estava na Rua Berna, na comunidade Guarabu, no bairro Tauá. Segundo a Polícia Militar, agentes do 17º BPM (Ilha do Governador) foram acionados para o local e encontraram o corpo em uma caçamba de um caminhão de coleta de lixo. O cadáver foi retirado da parte traseira do veículo e colocado na Avenida Paranapuã. A área foi isolada até a chegada da perícia da 37ª DP (Ilha do Governador), que investiga o caso.
O suspeito de ter matado a criança foi preso na manhã de terça-feira (28), no bairro da Portuguesa, após ser acusado de manter a vítima em cárcere privado. No entanto, quando os policiais chegaram em sua casa, a criança não estava no local. De acordo com a família, um short foi encontrado no local.
Segundo relatos, a menina saiu de casa, na comunidade do Parque Royal, também na Ilha, por volta das 7h da última segunda-feira (27), mas não chegou à escola. Imagens de câmeras de segurança registraram a criança e o homem, que seria ex-cunhado do pai dela, caminhando por uma rua do bairro da Portuguesa, na manhã do mesmo dia. Na gravação, ela aparece vestindo uma blusa branca, com casaco e short azuis que são, aparentemente, uniforme da rede municipal de ensino, bem como uma mochila.