Sophia Ângela Veloso da Silva foi sepultada no Cemitério do Cacuia, na Ilha do GovernadorRenan Areias / Agência O Dia

Rio - A menina Sophia Ângelo Veloso da Silva, de 11 anos, foi sepultada na tarde desta quinta-feira (30) no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio. O velório começou ainda na parte da manhã, por volta das 9h, com familiares emocionados.
Amigos da menina levaram balões e gritaram por justiça durante a cerimônia. Uma delas, Andressa Silva, mostrou a tatuagem que fez em homenagem à Sophia. Paulo Sérgio da Silva, pai da vítima, precisou ser amparado por pessoas próximas. 
"Sou um pai que está destruído, derrotado. Você vê a quantidade de pessoas que estão aqui, é pelo tamanho do amor que minha filha tinha por eles. Eu não sei como eu vou vier, de verdade. Estou tentando ser forte, ficar em pé, mas não sei como vai ser", desabafou Paulo Sérgio.
Na manhã de terça-feira, o corpo da menina foi encontrado com marcas de 35 facadas dentro de uma lixeira na comunidade do Guarabu, na Ilha do Governador. De acordo com os relatos, a vítima saiu de casa na manhã de segunda-feira para ir ao colégio, mas não chegou na escola. Imagens de câmeras de segurança registraram Sophia caminhando ao lado de Edilson Amorim dos Santos Filho, ex-cunhado do pai da vítima, que confessou o crime.
Na casa do suspeito, os policiais da 37ª DP (Ilha do Governador) encontraram vestígios de sangue no banheiro. Em depoimento, o preso disse ter esfaqueado a vítima e a deixado no banheiro, onde a encontrou morta pouco depois. Ele disse ter matado a menina para que ela não contasse do "encontro íntimo" que teriam tido. Edilson é investigado por homicídio e estupro de vulnerável.
Na manhã de quarta-feira, Paulo Sérgio esteve no IML para liberar o corpo da filha. Emocionado, ele desabafou e disse estar destruído.
"Está muito dolorido. Eu só vou sossegar quando esse cara tiver em outro mundo, porque aqui ele não merece estar, não. Todo mundo amava minha filha, uma mulher acabou de falar comigo de Portugal, outro da Angola... Todo mundo a conhecia. Eu estou arrasado, ele arrancou uma parte de mim, tem um buraco no meu peito que vai demorar muito pra ser tapado, se é que vai ser tapado. Eu estava ouvindo a voz dela, tão inocente, ela falava todo dia que me amava", lamentou.
O suspeito de ter matado a criança foi preso na manhã de terça-feira, no bairro da Portuguesa, após ser acusado de mantê-la em cárcere privado. No entanto, quando os policiais da 37ª DP (Ilha do Governador) chegaram em sua casa, Sophia não estava no local. À tarde, o corpo foi encontrado.
Ainda na tarde de quarta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) determinou a prisão preventiva de Edilson. Em audiência de custódia, o juiz Alex Quaresma Ravache ressaltou a brutalidade do caso.
"Os fatos narrados revelam a gravidade concreta do delito e altíssima periculosidade do indiciado para a coletividade. Os elementos do APF (auto de prisão em flagrante) demonstram que o custodiado praticou um assassinato brutal, causando intenso sofrimento e tirando a vida de uma criança, o que indica a necessidade de sua prisão cautelar", destacou o magistrado.