Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, está desaparecido desde quarta-feiraArquivo Pessoal
'Quero meu filho', desabafa mãe de jovem que desapareceu ao entrar por engano no Complexo de Israel
Stanley Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, estava acompanhado de dois amigos que foram liberados após agressões e extorsão
Rio - A família de Stanley Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, procura pelo jovem, que desapareceu após entrar por engano no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, na quarta-feira (29). Ele estava acompanhado de dois amigos, que foram libertados pelos criminosos, mas Stanley segue desaparecido após mais de 36 horas. No início da tarde desta sexta-feira (31), a mãe do rapaz conversou com O DIA e contou que ainda tem esperança de encontrar o filho vivo, mas cobrou por celeridade das forças de segurança.
"É triste, né… Situação muito complicada. O porta-voz da Polícia Militar praticamente disse que não pode fazer nada, que tem barricada na favela, então não tem como entrar lá. Não quero encontrar o corpo do meu filho, quero encontrar meu filho. É uma angústia. Se tem dor maior que essa, eu desconheço", desabafou a mulher, que preferiu não se identificar.
De acordo com a mãe, os três amigos estavam de carro e entraram na comunidade por conta de uma sugestão de rota do GPS. Após abordagem dos criminosos, os três foram mantidos no interior da comunidade, e foram agredidos. O primeiro a ser liberado, que trabalha como motorista de aplicativo, saiu com o veículo após pagar R$ 600 à organização criminosa. Em seguida, o segundo também recebeu o aval para deixar o Complexo de Israel.
A mãe de Stanley acredita que o filho não foi liberado porque os criminosos vasculharam o celular dele e descobriram que ele mora no Complexo do Chapadão, comunidade dominada por uma facção rival. Desesperada com a situação, a mulher foi ao local, mas recebeu a informação de que ele não estava mais lá.
"Fui informada às 22h de quarta-feira e, desde então, não dormi. É desespero de mãe, eu entrei na comunidade. Ao entrar lá, falei com duas pessoas e me apresentei como mãe, mas me informaram que meu filho não estaria ali. Eu estou nesse dilema. Se meu filho não está lá, onde ele está? Ele apanhou muito, mas tenho fé que ainda está vivo, porque não mataram meu filho na frente dos amigos. Um deles está com braço engessado, todo machucado. Já se passaram 36 horas e ninguém faz nada", lamentou a mãe.
O caso foi registrado na 39ª DP (Pavuna) e encaminhado à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). De acordo com a Polícia Civil, as diligências estão em andamento para localizar a vítima.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que está atuando de maneira conjunta com a Civil no trabalho de inteligência.
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