Rio - Mais de 100 famílias que estavam em um acampamento de trabalhadores rurais em Silva Jardim, na região das Baixadas Litorâneas, tiveram seus pertences, carros e barracas incendiados, na madrugada desta terça-feira (4).
Informações preliminares apontam que homens armados invadiram o acampamento atirando e incendiaram o local. Segundo o grupo, as famílias da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Estado do Rio de Janeiro (Fetag-RJ) que ocupam a área tiveram que fugir e se esconder na mata da região.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram o local totalmente destruído, com carros, barracas e pertences das famílias incendiados. Ainda é possível ver estojos de munições espalhados pelo chão.
De acordo com a federação, as famílias também foram alvos quando ocuparam o local, em 24 de maio. O grupo procurou a 120ª DP (Silva Jardim) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para registrar o caso.
A Civil informou que uma equipe foi ao local para apurar o ocorrido. Disse, ainda, que o caso foi encaminhado à Polícia Federal. Segundo o Ministério Público, a Promotoria de Justiça de Silva Jardim está acompanhando as diligências realizadas pela autoridade policial para apurar os fatos.
O acampamento fica em uma área do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Procurado pelo DIA, o órgão disse que no dia 27 de maio tomou conhecimento de que trabalhadores rurais teriam acampado na entrada do imóvel, conhecido popularmente como Sebastião Lan III.
Com relação ao fato ocorrido na madrugada desta terça-feira (4), o Incra informou que possui uma Câmara de Conciliação Agrária, responsável por prevenir e mediar conflitos no campo e por articular com os órgãos competentes para garantia os direitos humanos envolvidos bem como investigar e punir os responsáveis pela ação violenta. Em nota, o instituto repudiou fortemente a violência que ocorreu e disse que espera uma rápida solução pelos órgãos competentes.
Por fim, o Incra ressaltou que o caso é um dos temas a ser tratado junto ao Ministério Público Federal (MPF) e a Câmara de Conciliação Agrária do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na agenda que teve início nesta quarta (05) e segue até o dia 7 de junho em Campos dos Goytacazes. O imóvel em questão pertence à União e é alvo de ação judicial para reintegração de posse.
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