Estudo é do GENI-UFF e do Instituto Fogo CruzadoArquivo / Agência O Dia
O documento também mostra que em 59,5% das áreas chefiadas por algum grupo armado, em que foram registrados confrontos, 49% havia presença policial. Para a pesquisa, foram considerados dados de tiroteios e operações entre 2017 e 2023.
O estudo revela, ainda, que as áreas dominados pelas facções do tráfico são as que recebem a maior quantidade de operações policiais. Segundo a pesquisa, mais de 70% das localidades registraram a presença da polícia. Nas áreas de milícias, os agentes de segurança aparecem em apenas 31,6% das áreas.
Em relação aos tiroteios mapeados em ações das polícias, 40,2% deles ocorreram em áreas de tráfico. Quando analisadas as de milícia, esse número é 10 vezes menor. Foram considerados dados do Fogo Cruzado, do Geni, do Disque Denúncia e do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ). O relatório aponta também que a Região Metropolitana do Rio registra, em média, 17 tiroteios por dia, sendo 38.271 no período de sete anos.
Ao longo do estudo, foi observado que quando motivados para a conquista territorial, os confrontos armados são pouco eficazes. Em apenas 5,4% dos territórios houve alteração de domínio por meio do conflito. O Comando Vermelho foi o grupo armado que mais conquistou territórios por meio de disputas, 45,3% entre aqueles em que houve mudança. Em seguida vieram as milícias, com 25,5%, o Terceiro Comando Puro, com 23,3% e da ADA, com 5,7%.
No relatório, é possível observar ainda que entre os territórios conquistados pelo Comando Vermelho, 52,9% estava sob domínio das milícias. Em compensação, tanto as milícias, quanto o TCP, tiveram entre os territórios do CV suas maiores conquistas, respectivamente 78,5% e 55,2%.
A instituição disse que tem diversos inquéritos concluídos e em andamento a respeito da atuação de organizações criminosas em comunidades, sejam facções do tráfico, que tem um domínio territorial maior, ou milícias. A Civil reforçou que possui, ainda, a maior Agência Central de Inteligência do ramo da segurança pública estadual do país, onde estão concentrados todos os setores que buscam e produzem conhecimentos para assessorar na tomada de decisões estratégicas e operacionais de combate ao crime.
"Apenas na atual gestão, lideranças e membros-chave das milícias foram presos, incluindo André Felipe Mendes, primo e operador financeiro do grupo de Danilo Dias Lima, o "Tandera"; Claudio Cesar Rocha, o "Cara de Ferro", e Anderson Ferreira de Oliveira, o "Andinho", chefes da milícia de Curicica; Jonathan Francisco Mendes, o "Búfalo", líder de dois grupos paramilitares que atuam na Baixada Fluminense; Alessandro Ferreira dos Santos, o "Parrudo", envolvido nos ataques a ônibus na Zona Oeste; e Delson Xavier de Oliveira, principal fornecedor de armas da milícia de Luiz Antônio da Silva Braga, o "Zinho". Também nesse período, foram neutralizados, em confronto com policiais civis, os milicianos Tauã de Oliveira Francisco, o "Tubarão", e Matheus da Silva Rezende, o "Faustão", potencial sucessor de Zinho na organização criminosa", finaliza a nota.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.