Deputada estadual Lucinha (PSD) é investigada por suspeita de ligação com milicianos da Zona Oeste Arquivo / Agência O Dia

Rio - A deputada estadual Lucinha (PSD) entregou na última sexta-feira (7) as alegações finais no processo disciplinar do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que apura seu envolvimento com Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, que comanda a milícia na Zona Oeste do Rio. O relator do caso, deputado Vinícius Cozzolino (União Brasil), recebeu nesta segunda-feira (10) o documento e tem até a quarta-feira da semana que vem, dia 19 de junho, para apresentar seu parecer.
A parlamentar já havia prestado depoimento por 1h40 na última terça-feira (4). O colegiado ouviu a versão da deputada no processo ético disciplinar que pode culminar na cassação do mandato. A sessão foi fechada à imprensa por correr em sigilo de justiça.
Em nota divulgada à imprensa, o presidente da comissão, deputado Julio Rocha, afirmou que a parlamentar respondeu a todas as perguntas formuladas pelos membros do conselho sobre o seu suposto envolvimento com a milícia da Zona Oeste.
Após a entrega das alegações finais, inicia-se o prazo de 10 dias para o relator, deputado Vinícius Cozzolino, apresentar seu parecer. O presidente do colegiado se comprometeu a colocar o relatório para ser apreciado e votado no conselho assim que recebê-lo. Se a Comissão de Ética da Alerj decidir pela cassação, o texto vai para análise no plenário da Casa.

Lucinha foi alvo de inquérito, no qual é apurado o possível crime de envolvimento da parlamentar com a milícia que atua na Zona Oeste, na Operação Batismo, da Polícia Federal (PF) e do MPRJ, em dezembro do ano passado.

A parlamentar, de 63 anos, seria, segundo a PF, o braço político da milícia de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, sendo chamada de "madrinha" pelos criminosos. Zinho foi preso no dia 24 de dezembro de 2023. O grupo paramilitar atua em pelo menos 13 bairros do Rio, a maioria na Zona Oeste.

Após a operação, a parlamentar chegou a ser afastada do seu mandato na Alerj por determinação da Justiça. Mas os colegas deputados derrubaram a decisão.