Moïse Kabagambe, congolês morto espancado em quiosque da Barra da TijucaReprodução
Moïse Kabagambe, morto em quiosque na Barra, recebe Medalha Tiradentes post mortem
Família do congolês vai ganhar maior honraria do estado na próxima terça-feira (25)
Rio - Familiares do congolês Moïse Kabagambe vão receber, na próxima terça-feira (25), a Medalha Tiradentes post mortem, maior honraria do estado, durante a sessão solene “Migrar é um direito humano”, às 18h, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O congolês foi assassinado, aos 24 anos, quando trabalhava em um quiosque, na Barra da Tijuca, em 2022.
A celebração, alusiva ao Dia Mundial dos Refugiados, comemorado hoje, vai contar também com a premiação de diversas entidades de proteção aos direitos dos refugiados. Serão contempladas com o Prêmio Marielle Franco as ONGs Abraço Cultural, Haiti Aqui, Venezuela Global, Associação Mawon, LGBT+ Movimento e também Eliane Vieira Almeida, coordenadora de Migração e Refúgio e secretária executiva do Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção aos Refugiados e Migrantes (CEIPARM).
"É essencial lembrarmos da importância de acolher e proteger aqueles que são forçados a deixar suas casas em busca de segurança e dignidade. Os refugiados enfrentam desafios inimagináveis, e é nosso dever como sociedade garantir que seus direitos humanos sejam respeitados e preservados", afirma a deputada Dani Monteiro, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Alerj.
Relembre o caso
Moïse Kabagambe, 24 anos, trabalhava no quiosque Tropicália na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ele foi espancado e morto por Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Luz da Silva na noite do último dia 24 de janeiro.
Moïse teve as mãos e pés amarrados por fios e foi agredido pelos homens, até morrer. Os três agrediram o jovem com socos e chutes, golpes de taco de beisebol e pauladas.
Fábio assumiu ter dado pauladas na vítima, já Cristiano confessou ter participado das agressões, enquanto Brendon aparece nas filmagens imobilizando o congolês no chão.
O motivo, de acordo com relatos colhidos pela Polícia Civil, foi um desentendimento após Moïse cobrar valores de duas diárias de trabalho no quiosque.
O crime gerou grande comoção com repercussão nacional e internacional, protestos e até relatos de ameaças de familiares da vítima que chegaram a dizer que teriam sido inibidos ao ir até o local onde fica o quiosque para protestar e mostrar a indignação.
Em março deste ano, a Justiça do Rio determinou que os réus Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva, acusados pela morte de Moïse Kabagambe, vão ser julgados por um júri popular.
Dois anos após o crime, ocorrido em janeiro de 2022, os três, que estão em prisão preventiva, vão responder por homicídio doloso triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima). A juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal do Rio também decidiu pela manutenção da prisão dos réus.
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