Manifestação contra a PL do Estupro, neste domingo (23), em Copacabana Renan Areias/Agência O Dia

Rio - Dezenas de mulheres foram às ruas em ato realizado na manhã deste domingo (23), em Copacabana, na Zona Sul, pedindo pela descriminalização, legalização do aborto e o arquivamento do projeto de lei 1904/2024, que ficou conhecido como “PL do Estupro”. A mobilização começou pela manhã, às 10h, com concentração no posto 4, e contou com a presença de vários coletivos de mulheres evangélicas.

Apelidado de “PL do Estupro”, o projeto de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) teve sua discussão adiada para o 2º semestre deste ano. Em caso de aprovação pelos parlamentares, a medida propõe que o aborto realizado após 22 semanas de gestação seja punido com reclusão de seis a 20 anos, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro. No país, o aborto é permitido apenas em situações em que a gravidez é decorrente de estupro, quando há risco à vida da mulher ou em casos de anencefalia fetal.
Os grupos caminharam levando cartazes e faixas com as frases "Minha fé respeita o estado laico" e "Menina não é mãe, criança não é mãe". Para Gabriela Leite, integrante do Coletivo Evangélico Esperançar, a caminhada é emblemática para os movimentos feminista e evangélico: “Este momento demonstra que há urgência em fazer valer nossos direitos, que permanecem sob ataque à medida que a misoginia é instaurada como base para as estruturas vigentes”, pontua.

A ação foi organizada pela Frente Estadual Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto - Frente Rio e contou com a participação dos coletivos da Frente Evangélica pela Legalização do Aborto, Mulheres Anglicanas (UMEAB), Coletivo Esperançar, Movimento Negro Evangélico RJ, Coletivo Sementes da Democracia, Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito, Novas Narrativas Evangélicas, Projeto Redomas, Nós na Criação, Mulheres Profetizando Vida, Comunidade Cristã Gerando Vida Magali Cunha, EBDCast, O Reino em Pessoa, Coletivo Maloca e Igreja Batista Soul.