O jovem era professor de informática e foi morto em agosto de 2022Arquivo Pessoal

Rio - O corpo de Caio Geovanne Bernardino da Silva, de 24 anos, executado por criminosos na comunidade São Leopoldo, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, ainda não foi localizado mesmo após quase dois anos do crime, que ocorreu em agosto de 2022. Ao DIA, o Ministério Público do Rio informou, nesta quarta-feira (3), que aguarda o resultado da conclusão de diligências requeridas à Polícia Civil para continuidade do processo.
Segundo a mãe da vítima, Rita de Cássia Bernardino, a demora por respostas é angustiante. "Quero terminar com meu sofrimento um pouco, nunca vou esquecer ele, até meu último dia de vida, mas pelo menos vou ter um refresco enterrando o que a gente achar dele", disse.
O jovem, que era professor de informática, teria sido assassinado após ser apontado como informante da polícia. A suspeita se deu pelo fato do rapaz ter se mudado para a comunidade e ser neto e afilhado de um policial militar já falecido. 
Ainda de acordo com a mãe, o corpo da vítima estaria no sítio Retiro Feliz, onde supostamente acontece o 'tribunal do crime' da comunidade São Leopoldo. 
"Quando a gente coloca um filho no mundo, não imagina que vai terminar como meu filho terminou. Até porque ele não tinha vícios, não tinha desafetos, não era uma pessoa brigona, era um menino educado, só tem gente para falar bem dele", completou.
Emocionada, Rita revelou ainda de onde tira forças para lutar por Justiça. "Deus acima de tudo vem me sustentando e me dando forças para lutar. Em segundo lugar, a filha que ele me deixou, que tinha um 1 e 10 meses na época. Eu sei que tenho que prosseguir por ela, eu tenho a guarda dela, porque a mãe dela está envolvida também, a Justiça me deu a guarda provisória por enquanto, mas em breve terei a definitiva", disse.
A mãe do rapaz contou também que passou a apresentar problemas de saúde. "Com essa luta toda eu fiquei doente, diabetes, pressão alta, o meu cardiologista está desconfiando que meu coração está inchado, tudo proveniente dessa luta", desabafou.
Na ocasião, o crime foi registrado na 54ª DP (Belford Roxo). Há um ano, em junho de 2023, o Ministério Público do Rio (MPRJ) enviou um pedido à distrital solicitando que fosse feita uma diligência no sítio, na tentativa de localizar os restos mortais.
Procurados novamente, o órgão informou que ainda não teve retorno da autoridade policial. "A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos Duque de Caxias e Nova Iguaçu informa que foram requeridas diligências ainda cumpridas pela Autoridade Policial. Atualmente, o Inquérito Policial se encontra no âmbito da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), no aguardo da conclusão e da realização das diligências mencionadas", disse em nota.
Questionada, a Polícia Civil ainda não prestou esclarecimentos sobre o caso.