Movimentação de agentes da Civil durante operação no Complexo da MaréReginaldo Pimenta/Agência O DIA

Rio - A Polícia Civil realizou, nesta quarta-feira (3), uma operação nas comunidades do Parque União e Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte, contra lavagem de dinheiro do tráfico de drogas da facção Comando Vermelho(CV), que domina a região. Houve registro de tiroteio durante a ação policial. Ao todo, foram apreendidos dois carros, três motos, uma pistola, um simulacro de fuzil, carregadores, munições, drogas, celulares e ⁠documentos diversos, que serão analisados para contribuir com as investigações.
Segundo investigações, o Parque União vem sendo utilizado há anos, por meio de construções e abertura de empreendimentos diversos, para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas. Ainda conforme apurado pelos agentes, no esquema há a participação de funcionários de órgãos representativos da região, como a própria Associação de Moradores.
A comunidade tem como principal chefe, o traficante Jorge Luís Moura Barbosa, conhecido como Alvarenga. Contra ele há vários mandados de prisão em aberto. Além de ser considerado integrante do denominado Conselho do CV, ele também é acusado de participar ativamente das decisões que determinam o rumo da facção, como invasões de territórios rivais para expansão dos domínios e exploração ilegal econômica. Alvarenga possui ainda 86 anotações criminais e se ⁠figura como autor em 175 inquéritos policiais.
Devido à operação, 22 escolas municipais e duas estaduais precisaram ser fechadas. A ação foi realizada por Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) com o apoio de unidades do Departamento Geral Polícia Especializada (DGPE) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE).
Em ação complementar, os policiais prenderam o traficante apontado como chefe dos conflitos entre o CV e o Terceiro Comando Puro (TCP). Willian Sousa Guedes, conhecido como 'Corolla' ou 'Chacota',foi localizado na comunidade do Jacarezinho, também na Zona Norte. Ele é investigado em 11 inquéritos policiais e possuía nove mandados de prisão pendentes. Segundo os agentes, ele é chefe do tráfico no Morro São João e o maior articulador de guerra da facção, diretamente ligado aos confrontos por disputa territorial, incluindo a tentativa de tomada do Morro dos Macacos.