Rio - O Governo do Estado acredita que o avanço do tráfico na disputa de território com milícia da Zona Oeste é reflexo de ações da Segurança Pública, dentre eles o Cidade Integrada. A visão sobre os embates entre os grupos rivais foi compartilhada por Cláudio Castro, nesta segunda-feira (15), durante coletiva de imprensa onde apresentou o balanço da Operação Ordo, que combate os grupos criminosos que atuam em dez comunidades na região. Segundo o governador, crescimento de facção criminosa foi "efeito colateral".
"Essa guerra acabou sendo um fruto do excelente trabalho que a Polícia Civil fez ali. Porque todos diziam que o maior problema do Rio eram as milícias, daí a Polícia Civil faz uma força tarefa, junto com o Cidade Integrada, enfraquece tanto a milícia que o tráfico se arvora. O relatório do CNJ explica muito bem esse processo de avanço do Comando Vermelho e mostra que o Cidade Integrada começou a dar certo e teve um efeito colateral que acabou sendo essa guerra", disse Castro.
O governador participou de coletiva de imprensa onde adiantou o primeiro balanço da ação integrada que acontece em dez comunidades, incluindo a Cidade de Deus, Rio das Pedras e Gardênia Azul, na Zona Oeste. A ação visa coibir justamente a atuação de milicianos e traficantes, mirando ainda nas empresas usadas na lavagem de dinheiro do crime.
Castro explicou que a ação em Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Pequena e Grande, tem como base dados levantados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).
"Começamos a olhar as manchas criminais, no âmbito da polícia civil, começamos a olhar onde tínhamos um alto número de mandados de prisão em aberto, começamos a olhar no âmbito do Inea, onde tínhamos mais denúncias de crimes ambientais. Fomos buscar com o pessoal da Segurança Presente onde a mancha criminal estava, mesmo com a atuação do programa, aumentando, o que não é algo comum. A partir daí, a inteligência mostrou que precisava de uma intervenção mais direcionada ali", mencionou.
Sem data para terminar
O governador também explicou que o trabalho realizado pelas polícias Civil e Militar nas comunidades, nesta quinta-feira, não deve tem data para terminar. Até o momento, a ação já resultou na prisão de 20 pessoas, além da apreensão de veículos, fechamento de empresas e autuações por crime ambiental.
"Não é uma operação, é uma ação integrada. A operação teria que ter definido qual planejamento, quanto tempo fica, quanto tempo sai, se vai ocupar ou não. Como é uma ação integrada, ela é absolutamente viva então a coordenação da secretaria de segurança pública vai dizer onde ocupa, onde sai, se fica ou não, de acordo com os resultados que forem dando. Não tem prazo para acabar, é por tempo indeterminado", enfatizou.
Por fim, Castro explicou que as equipes irão perseguir os criminosos que atuam na região: "Enquanto a técnica de segurança não disser que já é hora de encerrar ou ir para outro local. A criminalidade se move, então nos moveremos com eles. A ideia e é caça-los. Estamos caçando o crime organizado e iremos para eles onde forem, bairro comunidade ou cidade. Serão caçados", disse.
Ação Ordo vazou
Durante a coletiva, Castro falou sobre o resultado positivo da operação, que até aquele momento não havia registrado confrontos, mas revelou que há denúncias de que a ação tenha vazado.
"Até agora não temos relato de confronto. Temos denúncias de vazamentos sim, já está direcionado tanto à corregedoria geral das polícias Civil e Militar, além da nossa geral. É óbvio que isso, além de nós deixar tristes, irrita profundamente, porque são servidores que deveriam estar do lado da lei e estão desvirtuados. Se nós acharmos eles, fiquem cientes que vamos punir severamente aquele que deveria estar do nosso lado e está perto para coletar informação", lamentou.
Ele ainda deixou um recado para os agentes que vazaram a ação: "A você que vazou: será pego e responderá exemplarmente porque isso é pior que criminoso".
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