Isabele (no centro, de casaco preto e mãos no bolso) durante momento de fé em frente ao HMAPN na terça (16)Luiz Maurício Monteiro
Menino baleado em Duque de Caxias mexe os braços pela primeira vez
Segundo boletim médico, porém, estado ainda é considerado gravíssimo
O menino Arthur Henrique Lessa Farias, de 6 anos, se mexeu na tarde desta quinta-feira (18) pela primeira vez desde que foi baleado na cabeça durante um ataque a tiros em uma churrascaria, em Duque de Caxias na Baixada Fluminense. A informação é de Isabele Lessa, mãe do garoto, que está com ele há quatro dias na UTI do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Caxias. "Meu filho é muito forte", disse.
De acordo com Isabele – que participou de uma roda de oração pela vida do filho na terça (16), em frente ao hospital – Arthur movimentou os braços e chegou a apertar a mão da médica: "Não falei que ele ia sobreviver? Meu milagre: Arthur Henrique", complementou.
Arthur Henrique passou por uma tomografia também nesta quinta. Isabele disse que, segundo a médica, ocorreu tudo bem no exame. O DIA procurou a assessoria de comunicação do HMAPN, que retornou com informações atualizadas às 17h. A nota diz que o menino – submetido a cirurgia sem intercorrências na terça – "segue entubado, em cuidados intensivos, realizando exames de imagem e sendo acompanhado pela equipe multidisciplinar". O quadro ainda é considerado gravíssimo.
O DIA DO ATAQUE
Segundo Carlos Alberto do Nascimento Faria – que também ficou ferido no ataque e tem feito uso de muletas – em conversa com a reportagem na terça, a vizinhança costuma se reunir sempre aos domingos na única churrascaria do bairro Pilar. Ele afirmou que costumava frequentar o estabelecimento muito por conta do próprio filho, fã do cardápio do local.
Ele recordou que no domingo (14), depois de chegar à churrascaria, dois conhecidos, identificados como Douglas Augusto Vitório Silva – que chegou a ficar internado no HMAPN, mas já recebeu alta – e Alex Júnior Marcelino do Nascimento chegaram, sem que Carlos soubesse, e se sentaram em uma mesa próxima. O pai de Arthur destacou que não era amigo da dupla: "Só conhecia, de cumprimentar na rua".
Momentos depois, quando voltava dos fundos da churrascaria onde havia posto o celular para carregar, Carlos ouviu os disparos: "Eu mesmo não vi quase nada", acrescenta.
Ele garantiu que não imagina o porquê do ataque. Relatos dão conta de que um dos dois homens que chegaram ao local após Carlos seria o alvo dos disparos motivados por uma relação amorosa. A Polícia Civil informou na terça que um suspeito chegou a ser encaminhado à delegacia, ouvido e liberado, porque não fora reconhecido pelas vítimas. Procurada novamente, a corporação comunicou que diligências seguem em andamento para identificação dos autores e da motivação do crime.
OUTROS INTERNADOS
A direção do HMAPN informou que Douglas Augusto Vitório Silva, foi atingido pelos tiros na mão e no braço esquerdos. Ele recebeu alta após passar por cirurgia devido a uma fratura exposta na mão.
Já Alex Júnior Marcelino do Nascimento, ferido no abdômen e na perna esquerda, também foi submetido a intervenção cirúrgica. Ele permanece internado, com quadro de saúde estável, respirando sem ajuda de aparelhos.
Há ainda uma outra vítima do ataque internada na unidade, identificada como Ian Rodrigues Barbosa de Carvalho – que Carlos afirma não conhecer. Ele recebeu tiros no tórax, no abdômen e na mandíbula. Após passar por cirurgia, respira sem auxílio e se encontra estável.
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