Rio - O secretário estadual de segurança do Rio, Victor dos Santos, destacou na manhã desta terça-feira (23) que a Ação Ordo, que está no nono dia de atuação, não tem data para acabar. O principal objetivo é combater a exploração do comércio irregular em 16 comunidades da Zona Oeste da capital. A ação é voltada para suprimir a renda obtida por criminosos.
Em coletiva de imprensa na base da operação Barra Presente, na Zona Oeste, Victor dos Santos ressaltou que o público consumidor do tráfico de drogas é menor do que o de serviços como fornecimento de água, energia e internet. "Se a gente for imaginar o público consumidor de droga, ele é pequeno. Se a gente for imaginar o consumidor de internet, de celular, de água, luz, todos esses serviços, é uma quantidade muito maior. O criminoso enxergou nisso uma fonte de receita. Fortalecidos financeiramente, eles compram armas para terem garantia de manutenção e expansão de território", disse o secretário de Segurança do Rio.
Santos avaliou que o grande problema do Rio de Janeiro é a quantidade de armas na mão de criminosos, principalmente fuzis. Só neste ano foram apreendidos mais de 600, acrescentou. O titular da Segurança do Rio afirmou que a Ação Ordo tem "escalabilidade" para ser replicada em outras comunidades e municípios do estado, de acordo com a necessidade. O secretário voltou a pedir a colaboração de moradores com informações por canais como o Disque-Denúncia e o aplicativo 190 RJ.
"Todo dia é feita a consolidação das informações e o planejamento do dia seguinte. Todo dia são objetivos e metas diferentes. As ações não acontecem em todas as comunidades ao mesmo tempo. Apenas o policiamento ostensivo nas vias principais é permanente", explicou Victor dos Santos.
O policiamento ostensivo provocou uma redução de 70% dos crimes de rua e zerou o número de homicídios na região abarcada pela ação, segundo a Secretaria de Segurança Pública.
"Esse crime que a população acaba sentindo mais, o crime contra o patrimônio. Principalmente roubo de celular e roubo de carro. Isso acaba fazendo com que a população tenha uma sensação de insegurança. A ideia é restaurar a capacidade de operação dos batalhões nessa região do 31º BPM (Recreio) e do 18º BPM (Jacarepagua). É esse o legado que a gente quer deixar quando chegar o momento dessa ação buscar outra região", explicou.
Victor dos Santos afirmou ainda que a ação é diferente de uma ocupação porque tem flexibilidade para mudar a quantidade do efetivo e o território conforme a demanda. "O criminoso é quem vai demandar a presença da Ação Ordo, mobilizando o efetivo que for necessário para neutralizá-lo", acrescentou.
O último balanço divulgado da Ação Ordo contabilizou 109 prisões, sendo 95 em flagrante e 14 em cumprimento de mandado de prisão, além de oito adolescentes apreendidos.
As comunidades selecionadas para a ação são: Covanca, Jordão, Santa Maria e Bateau Mouche, que ficam entre a Taquara e a Praça Seca; Cidade de Deus, Gardênia Azul, Muzema, Tijuquinha, César Maia, Coroado, Fontela, Rio das Pedras, Sítio Pai João, Morro do Banco, Terreirão e Vargens.
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