Sepultamento do motorista de aplicativo José Paulo no Cemitério São Miguel, em São GonçaloRenan Areias/Agência O DIA
"Trabalhador, honesto, do lar, da família, não tem muito o que dizer porque ele tem uma série de qualidades. O sentimento é de tristeza, de injustiça, julgaram ele com as próprias mãos, ceifaram a vida dele de uma maneira muito cruel. Ele estava querendo conquistar os sonhos, tinha planos de sair de São Gonçalo e ir para alguma cidade do interior", disse o enteado que preferiu não se identificar.
Morador do bairro Trindade, José estava com uma passageira e teria recusado entrar em uma área de risco da comunidade do Pombal, no Porto Novo, quando foi agredido por traficantes. De acordo com o enteado, que considera José como pai, ele também não trabalhava às segundas-feiras, mas no dia do crime, planejava fazer um dinheiro para a semana.
"Meu pai estava com uma passageira e ele não queria entrar na comunidade, quando viu que era área de risco acabou tendo que encerrar a corrida ou pedir para a passageira descer e foi nesse momento que ele foi coagido a entrar e passou por tudo isso. Ele não era de pegar corrida para dentro da comunidade e nem de se arriscar, ele trabalhava em horário livre e até 15h ele parava para voltar para casa", explicou.
O enteado reforçou ainda que o motorista evitava até mesmo atravessar a Ponte Rio-Niterói para não entrar em comunidades do Rio. "Ele rodava muito em São Gonçalo, por ele conhecer a região evitava entrar nessas áreas", disse.
O caso está sendo investigado na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG). Após realização de perícia no local, agentes tentam esclarecer a motivação do crime, bem como a identificação dos autores.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.