No ano passado, defesa tentou autorização para trazer Rogério 157 de volta ao RioReprodução

Rio - O ex-chefe do tráfico de drogas da Rocinha, na Zona Sul, Rogério Avelino da Silva, vai ser julgado pelo 1º Tribunal do Júri, pelo triplo homicídio de traficantes da comunidade. Preso desde 2018, atualmente Rogério 157 cumpre pena na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. A sessão marcada para 13 de agosto vai analisar as mortes de Ítalo de Jesus Campos, o Perninha, Robson Silva Alves Porto e Wellington Cipriano da Silva Filha. 
De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Rogério 157 ordenou e auxiliou o criminoso Fernando dos Santos Alves, o Fê do Escadão, nas mortes, em 13 de agosto de 2017. O crime foi motivado pela chamada "lei do tráfico", já que Ítalo, Robson e Wellington eram integrantes dos Amigos dos Amigos (ADA). A denúncia diz ainda que a ação dificultou a defesa das vítimas, que não sabiam que o criminoso havia deixado a facção e se tornado membro do Comando Vermelho (CV), que disputava o controle territorial da Rocinha. 
Em outubro de 2023, a 6ª Câmara Criminal do Rio autorizou a transferência do líder do CV na Rocinha da Penitenciária Federal de Porto Velho para uma prisão fluminense. À época, a decisão foi criticada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, e o Ministério Público do Rio (MPRJ) recorreu. Em fevereiro deste ano, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, manter Rogério Avelino em Rondônia
Quem é Rogerio 157
Preso desde 2018 por tráfico de drogas, Rogério 157 chegou a ser um dos criminosos mais procurados do Rio, após sua participação na guerra pelo controle da Rocinha. Ele começou sua trajetória no mundo do crime com uma função de destaque na hierarquia da organização da região, já que era chefe da "parte baixa" da comunidade e atuava como segurança do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, na época, chefe do tráfico. Em setembro de 2017, Nem perdeu o controle da favela para Rogério 157, que comandou uma invasão, com o apoio de outra facção criminosa. A disputa provocou diversos confrontos na comunidade.
O traficante tem quatro condenações na Justiça por crimes como tráfico e corrupção e acumula uma pena de 61 anos de reclusão. Em janeiro do ano passado, a Polícia Civil frustrou um plano para trazer o traficante de volta a um presídio do Rio. Na ação, os agentes cumpriram três mandados de prisão contra suspeitos de oferecer vantagem indevida a funcionários públicos. Os alvos da operação foram o advogado Josué Ferreira dos Santos, o policial civil Mário Augusto Bernardo Junior e Rogério 157.
Segundo as investigações, o policial e o advogado tentaram aliciar um agente da SSINTE para retardar o encaminhamento de um ofício de permanência de Rogério 157 em unidade prisional federal. Com a perda do prazo de renovação da estadia do detento em Rondônia, o advogado pretendia ingressar com um pedido na Justiça de regresso do traficante ao estado do Rio de Janeiro.