Equipe posicionada na Rua Doutor Heleno Brandão, um dos acessos ao Morro dos MacacosReginaldo Pimenta
Policiamento segue reforçado no Morro dos Macacos dois dias após mortes de criança e entregador
Eles foram baleados por criminosos que entraram na comunidade atirando em direção a uma festa
Rio - O policiamento no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, segue reforçado, na manhã desta quarta-feira (7), após o intenso tiroteio entre traficantes rivais que deixou um menino e um entregador mortos na madrugada de segunda-feira (5). Durante a manhã, equipes da PM estiveram posicionadas na Rua Doutor Heleno Brandão, um dos acessos à comunidade.
De acordo com testemunhas, os dois foram baleados por criminosos que entraram no Morro dos Macacos atirando em direção a uma festa. O ataque teria relação com a disputa pelo território entre o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), que controla a comunidade. Luiz Gabriel Costa de Jesus, de 20 anos, e o adolescente chegaram a ser socorridos e encaminhados ao Hospital Federal do Andaraí, mas não resistiram.
Marcos Vinicius Vasco, vice-presidente da Vila Isabel Associados (VIA), associação de moradores e comerciantes da região, contou ao Dia que o clima na comunidade é de insegurança.
"O que vivemos é o que nos é imposto! Veja o que aconteceu na segunda-feira [5], onde os comerciantes e moradores foram obrigados a obedecerem a ordem dos criminosos. A Polícia Militar, em falas aos meios de comunicação, garantiu a tal segurança, mas, na verdade, em campo é tudo ao contrário", desabafa.
Ainda conforme o vice-presidente, os moradores estão com medo de andar nas ruas. Ele conta que os furtos aumentaram na comunidade, deixando os comerciantes reféns do crime.
"Hoje estamos desconfortáveis de trabalhar e andar depois de tal demonstração de poder do crime. Todos os dias somos vítimas de furtos de cabos, grades de alumínio, tubulação de cobre, tampas de ferro e plástico, invasão em estabelecimentos na madrugada para furtar tudo que é possível. Tenho certeza que não vivemos com segurança", detalha.
Ainda no tiroteio, Maria Joanice Sousa de Melo, mãe da criança, também foi baleada. Ela estava internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a mulher recebeu alta na manhã desta quarta-feira (7).
Na tarde da última segunda-feira (5), moradores da região realizaram protestos com pedaços de madeira, pneus, caçambas e sacos de lixo que foram colocadas na entrada do Túnel Noel Rosa e incendiadas para impedir o trânsito no local. As ruas foram fechadas, além do túnel, pedindo paz na comunidade.
As mortes são investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) De acordo com a Polícia Civil, as diligências estão em andamento para identificar a autoria dos disparos e esclarecer as circunstâncias dos fatos.
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