O mirante destruído pelo fogoArquivo pessoal/Sávio Soares

Rio - O incêndio que atingiu o alto do Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, em Copacabana, deixou dois imóveis totalmente destruídos: uma biblioteca infantil e um bar anexo a um mirante. Momentos após o início do fogo, o local seria oficializado como um ponto turístico da cidade. As chamas atingiram a mata e a comunidade da Zona Sul do Rio por mais de cinco horas na tarde desta quarta-feira (7).
Vice-presidente da associação de moradores do Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, Sávio Soares lamentou as perdas. "O teto da biblioteca era de telha. O fogo chegou ali e acabou com tudo. Era um espaço de cinco anos de atividade, com quatro ou cinco mil livros doados. E o bar integrava o Mirante do Jardim, que a Secretaria de Estado de Turismo ia inaugurar às 13h30 como ponto turístico oficial da cidade, ao lado de outros mirantes, no Vidigal, no Santa Marta e na Rocinha", diz a O DIA.
A reportagem tentou contato com a pasta para falar do assunto, mas não obteve retorno até o momento.
Sobre casas de moradores, Sávio afirma que nenhuma foi completamente tomada pelas chamas. Apenas duas, mais próximas ao foco do incêndio no mirante, tiveram estruturas abaladas e precisaram ficar isoladas. Até o momento, os moradores não podem retornar pelo risco de intoxicação por inalação de fumaça. Não houve feridos, segundo ele.
Recomeço
Para reconstruir o que foi perdido, Sávio garante que a associação não poupará esforços. Ele, no entanto, destaca que colaborações serão fundamentais. "Temos a esperança de trazer de volta tudo de positivo que esse local oferecia. Queremos ajudar os moradores. Mas precisaremos de ajuda. Talvez, trazer as pessoas aqui, mostrar a situação a elas, dialogar para tentar achar um caminho viável para todos", pede.
Sávio disponibiliza o próprio número de telefone para quem se interessar em ajudar: (21) 96806-7223.
A associação já planeja também uma vaquinha. Além disso, iniciativas de órgãos públicos também são bem-vindas. "A gente conta com recursos de prefeitura, governo... O melhor caminho é procurar ajuda, sempre com energia positiva", encerra Sávio.
Bombeiros a bordo de um helicóptero tentam conter o fogo próximo às residências da comunidade - Pedro Teixeira/Agência O Dia
Bombeiros a bordo de um helicóptero tentam conter o fogo próximo às residências da comunidadePedro Teixeira/Agência O Dia
O incêndio
No início da noite, o Corpo de Bombeiros informou que o incêndio não foi extinguido. Às 19h47, a informação era de que guarnições ainda estavam na região "empenhadas no combate aos focos".
O Corpo de Bombeiros não confirmou, mas uma mulher relatou que o incêndio teria começado por volta de 12h após um morador colocar fogo em um amontoado de lixo. Por causa do vento, o foco fez as chamas se espalharem pela localidade.
Militares dos quarteis de Copacabana, Alto da Boa Vista, Catete e Lagoa (GOA – Grupamento de Operações Aéreas) usaram caminhões equipados com escada Magirus e helicóptero para conter as chamas, mas encontram dificuldades por causa do difícil acesso.
Durante as ações, a Rua Barata Ribeiro precisou ser interditada duas vezes, próximo à entrada do Túnel Sá Freire Alvim, assim como a Rua Djalma Ulrich, na altura da Leopoldo Miguez; e a Rua Prof. Gastão Bahiana, desde a Avenida Epitácio Pessoa até a altura da Barata Ribeiro. O Centro de Operações Rio divulgou, às 18h11, que os bloqueios terminaram.
Também participou da ocorrência a Subprefeitura da Zona Sul, que acionou as secretarias de Defesa Civil, Assistência Social e Ação Comunitária para auxiliar na ação e prestar apoio à população.