Caio Henrique Camossatto, de 37 anos, é alvo de denúncia do MP pelo crime de estelionato Reprodução
Uma das mulheres que se envolveu com Caio foi a produtora Tayara Banharo. Foi ela a responsável pela emboscada realizada pela polícia e que resultou na prisão preventiva do acusado, em março deste ano. Ela conta que teve encontros com acusado de estelionato em 2022. Os dois se conheceram por um aplicativo de namoros e tiveram o primeiro contato oficialmente quando a vítima estava internada em hospital.
"Começamos a conversar e acabei tendo um problema de saúde. Precisei me internar e, durante essa internação, ele chegou a me visitar. Como se tivesse sido o primeiro encontro. Depois disso, tivemos o segundo encontro. Ele sempre muito articulado. Estava num momento de fragilidade e acabei emprestando um dinheiro para ele. Achei estranha a situação e me arrependi de fazer esse empréstimo. Foi quando comecei a procurar e descobri que ele era estelionatário amoroso", disse Tayara.
Segundo a testemunha, que trabalhava como produtora à época do contato com Caio, ele parecia ser uma pessoa muito bem relacionada, o que gerava confiança. Tayara conta que o réu dizia ser ator e mostrava conversas com pessoas famosas, mas as trocas de mensagens eram falsas. "Assim que descobri que ele era estelionatário, comecei a jogar que sabia de tudo nele. O ameacei e, depois disso, ele decidiu devolver meu dinheiro. Depois disso, mais ou menos em julho, o caso ganhou repercussão e ele sumiu", disse.
A vítima conta que conheceu outras vítimas depois desse período. Em janeiro deste ano, esse grupo viu que Caio havia voltado a ativa nos aplicativos de relacionamento. Após encontrar o perfil do acusado, Tayara criou uma conta falsa e começou a conversar com ele. Enquanto isso, o advogado das vítimas procurou a polícia, o que resultou emissão do mandado de prisão, que aconteceu em março. "Marquei um encontro com ele e foi quando a polícia deu o bote", lembrou. A prisão aconteceu no fim de março deste ano.
Nesta segunda-feira (19), a Justiça realiza a terceira audiência de instrução e julgamento, onde serão ouvidas testemunhas de defesa e acusação. O próprio Caio também poderá ser ouvido ao final dos depoimentos. O caso corre em segredo de justiça.
"A expectativa minha e de todas as vítimas é que ele seja punido, no caso preso. Ele é um risco para a sociedade estando solto. Tem casos piores do que golpe, são de vítimas que não prestaram queixas. Tem casos de agressão e boa noite cinderela", revelou Tayara, que tem contato com um grupo de vítimas. Entre as mulheres, há relatos de perdas de valores perto de R$ 1 milhão.
Em entrevista ao O DIA, o advogado assistente de acusação que representa as vítimas, Arthur Emerich, da Campos e Emerich Advogados, disse não poder dar detalhes do andamento por conta do segredo de justiça, mas comentou sobre as primeiras etapas do caso.
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