Alunos expulsam professor das dependências do Campus Praia Vermelha da UFRJ, em BotafogoReprodução / DCE Mário Prata

Rio - O professor de psicologia Ricardo Cabral foi afastado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) após ter sido acusado pelos estudantes de emitir opiniões transfóbicas e capacitistas em uma sala de aula do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), no Largo São Francisco de Paula, no Centro do Rio.
Em um protesto realizado por dezenas de alunos, na segunda-feira (26), o docente foi expulso das dependências da universidade. Um vídeo publicado nas redes sociais do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Mário Prata mostra o momento em que Ricardo é pressionado a se retirar.
Na postagem, é possível ver os manifestantes entoando cânticos de protesto contra o professor, que fica apenas observando. Em seguida, ele se dirige para fora da unidade e, enquanto caminha, é seguido pelos alunos sob os gritos de "machistas não passarão". 
 
 
 
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Segundo representantes do DCE, o protesto aconteceu após Ricardo ter constrangido dois estudantes durante um debate sobre cotas para pessoas trans, que ocorria em uma das salas do IFCS, na sexta-feira passada (23).
De acordo com o DCE, o docente teria dito a um estudante que "agora você está falando que nem gente normal", além de afirmar que pessoas trans não existem e que este termo é apenas um conceito político. Em seguida, Ricardo perguntou a uma outra aluna se ela realmente era autista. 
Por meio de nota, a direção do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) informou que Ricardo Cabral não é mais responsável por ministrar aulas à turma. A decisão foi tomada pela administração do Instituto de Psicologia (IP), onde o docente é lotado. 
O IFCS reforçou, ainda, que "a reação dos estudantes não se deu por um preconceito específico, mas por entenderem que o docente teve uma postura desrespeitosa com a turma, em especial com uma estudante autista".
A reportagem tentou contato com a defesa do professor Ricardo Cabral, que ainda não se posicionou. O espaço segue aberto para manifestação.