O ônibus tombou na descida do viaduto da Linha Vermelha para o Campo de São CristóvãoRede Social

Rio - Um dos passageiros do ônibus que tombou em São Cristóvão, na Zona Norte, na noite desta sexta-feira (6), revelou que o motorista estava em alta velocidade com o veículo lotado durante o acidente que deixou 26 feridos. Entre as vítimas está Davi Geovane Guimarães, de 8 anos, que teve o braço arrancado durante o acidente. Ao DIA, o porteiro Eduardo Assis, de 35 anos, explicou ainda que teve apenas pequenos arranhões, mas que uma mulher chegou a abrir a cabeça, enquanto uma criança teve o braço arrancado.

Eduardo entrou no veículo na altura da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, logo após sair do trabalho, por volta das 22h. O ônibus fazia a linha 476 (Méier - Leblon).

"Quando a gente pegou o ônibus, ele já veio meio meio acelerado, mas quando chegou próximo ali de quem vai cair para aquela pista (Elevado de Frontin), que vai descer para São Cristóvão, o motorista jogou já de qualquer maneira. Aí o rapaz falou: 'Pô esse motorista está meio estranho'. E estava mesmo. Quando ele desceu aquele elevado, ele acelerou. Aí a gente sentiu a roda batendo e eu falei: Vai virar, vai virar e virou. Foi um susto, uma loucura", explicou.

Segundo o passageiro, o momento da queda foi ainda mais de desespero, já que todo mundo queria sair do veículo com medo de uma possível explosão. 

"Ficou todo mundo um em cima do outro, eu só cortei o braço e machuquei a perna, perto do fêmur, mas não quebrou nada, graças a Deus. Tinha muita gente, tanto na porta de trás, quanto na porta da frente, o ônibus estava todo cheio. Tinha uma menina que abriu a cabeça, e como você fala pra ela ficar calma? Não tinha como. Tinha criança, tinha também uma menina grávida", contou.

Eduardo disse ainda que o motorista foi agredido por alguns passageiros. "Os garotos começaram a bater nele, jogar pedra. E segundo uma moça, ele já veio do Leblon correndo", relatou.

O porteiro explicou que não se feriu mais pois estava na frente, e que os passageiros da parte de trás foram os mais prejudicados. "Foi mais tranquilo porque eram poucas pessoas na frente. Agora quem estava lá atrás, onde o ônibus caiu, foi muito mais pesado. O acidente foi muito feio, muito mesmo. Se eu fosse lá para trás ia ser muito pior", lamentou.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ao todo 26 vítimas do acidente em São Cristóvão deram entrada em quatro hospitais de emergência da rede municipal de saúde. Dessas, duas estão internadas no Hospital Municipal Souza Aguiar em estado grave e 11 já tiveram alta. As demais estão estáveis e devem receber alta ao longo do dia.
Além do Souza Aguiar, os hospitais municipais envolvidos no atendimento são Salgado Filho, Miguel Couto e Evandro Freire. Ainda de acordo coma SMS, entre os passageiros atendidos nas unidades, não houve nenhum óbito.

O acidente
O veículo tombou nas imediações do Campo de São Cristóvão, altura da Rua Senador Alencar, na Zona Norte, na noite de sexta-feira (6). De acordo com o Corpo de Bombeiros, os quartéis de Benfica, Vila Isabel, Central e Tijuca atuaram na ocorrência, que teve início às 22h34. Dentre as vítimas, os militares socorreram 23 pessoas: Três em estado grave, dois com ferimentos moderados, e 18 levemente feridos.
Inicialmente, a empresa Rio Ônibus havia confirmado uma morte no acidente, mas emitiu uma nova nota na manhã deste sábado (7) retirando a informação. A medida ocorre após a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) negar que tenha tido óbito durante os atendimentos.
"O Rio Ônibus lamenta profundamente o ocorrido e informa que a empresa está prestando assistência às vítimas, enquanto aguarda o resultado da perícia para entender a causa do acidente", disse em comunicado
Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado na 17ª DP (São Cristóvão). A perícia foi realizada no local. Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.