David Gomes, de 26 anos, escritor e atorReginaldo Pimenta/ Agência O Dia
A primeira Marcha Trans da história ocorreu na capital fluminense nos anos 90, e hoje a primeira agenda Trans foi lançada no mesmo local. O objetivo foi chamar a atenção para a necessidade urgente de políticas públicas inclusivas que garantam os direitos fundamentais.
O evento contou com uma roda de samba conduzida por pessoas trans, discursos de líderes da comunidade e uma feira de oportunidades de emprego focada no público LGBTQIAPN+. "Ter todas essas manifestações artísticas de pessoas trans e travestis no coração do Rio, junto com o lançamento de uma agenda para exigir das candidaturas comprometimento com a sobrevivência e o bem-estar da nossa população, é um momento marcante," afirmou Gab Van, coordenador geral do evento.
"É ver nossa cultura e nossos corpos em protagonismo e visibilidade. São conquistas possíveis por causa daqueles e daquelas que vieram antes e das muitas que se sacrificaram para termos o direito de sermos quem somos", acrescentou.
David Gomes, escritor e ator de 26 anos, que se autodeclara transmasculino não-binário, ressaltou a importância do evento. "É um evento que contribui para a visibilidade e fortalecimento da comunidade à qual faço parte, além de favorecer a implementação do conhecimento de políticas públicas para a população trans e reforçar os direitos."
Ele também destacou as falas de Dani Balbi, a primeira transexual a exercer mandato na Assembleia Legislativa do Rio. "Ela nos apresentou a cartilha de direitos das pessoas trans com os firmamentos e propostas para a população", destacou.
Para Giovanni Oliveira, de 24 anos, que se autodeclara homem trans negro e cientista social, a programação do evento foi notável. "Eu destaco o acesso a políticas públicas nas tendas de atendimento, em uma construção que leva política através da arte e da cultura. Isso deixa explícita a potência da nossa comunidade para ecoar nossas vozes para além das vulnerabilidades sociais que, infelizmente, nossos corpos enfrentam, sobretudo para pessoas trans negras", disse.
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