Fumaça toma conta do Morro do Sumaré, na Tijuca, devido a diversos focos de incêndio Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - O incêndio que atingiu uma área de mata no Morro do Sumaré, na Tijuca, Zona Norte do Rio, já dura mais de 24 horas. Desde o início da manhã desta quarta-feira (2), militares do quartel de Benfica seguem atuando no combate ao fogo, que começou nesta terça (1).
Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas iniciaram às 7h40 e por volta das 22h40 dois dos três focos de incêndio foram controlados. Somente às 7h20 desta quarta que os militares apagaram todo o fogo. Porém, às 7h29 eles foram acionados novamente devido a outros outros focos de incêndio. Até as 20h, os militares ainda permaneciam no local. Não há registro de feridos.
Ainda de acordo com a corporação, equipes acessam a área de mata pela Rua Olegário Mariano, em um trecho próximo às antenas de transmissão de rádio e TV. A região está sendo monitorada por drones, equipados com câmera térmica para controlarem as temperaturas em cada área, a fim de evitar novos focos de incêndio. 
Em entrevista ao DIA, o major Fábio Contreiras reforçou que as chamas já estão controladas, mas que ainda há muita fumaça. Segundo o militar, a tendência é as chamas possam retornar devido a alta temperatura.
"Essa fumaça é natural, pois são pontos quentes, em que a temperatura está elevada, mas não tem chama. Nossa maior preocupação é a proximidade das residências. Por isso temos militares dentro da comunidade do Morro da Formiga, para evitar que esse incêndio florestal retorne e se propague para dentro das casas", disse.
Ainda de acordo com o major, a região do Sumaré é delicada devido à presença de linhas de transmissão de energia. Isso dificulta o trabalho do helicóptero para lançar água, além de gerar preocupação de uma possível colisão com algum fio.
 
 
 
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Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a quantidade de fumaça espalhada pelo Morro do Sumaré, na manhã desta terça. Na gravação, é possível ver um tucano, no alto de uma árvore, tentando se afastar da região afetada. 
Alguns internautas lamentaram as consequências que as chamas podem trazer à natureza: "Muita pena dos animais e da natureza. São os que mais sofrem", comentou uma pessoa. "O tucano se salvando, tadinho", escreveu outra mulher.
Nas redes sociais, moradores relatam que vêm sofrendo com as consequências do incêndio, que ainda não tem a causa identificada. "Não dormi a noite toda por causa do cheiro forte da fumaça. Estou praticamente com 1h de sono, nariz entupido, dor na costas devido o esforço pra respirar, garganta doendo e sem voz", escreveu uma pessoa. 
O Corpo de Bombeiros informou que já combateu mais de 19 mil incêndios florestais em todo o estado, desde janeiro deste ano. Destes, 2.800 ocorrências foram após a criação do Gabinete de Gestão de Crise, em 12 de setembro. Especialistas acreditam que, por conta das altas temperaturas e da estiagem, a tendência é que a sequência de áreas de mata em chamas tenha continuidade no mês de outubro.
Segundo o major Fábio Contreiras, este ano o estado do Rio vem sofrendo com mais ondas de calor, com dias mais quentes e baixa humidade relativa do ar, além de um regime de ventos diferentes. Para ele, a junção desses fatores colabora para os incêndios acontecerem e ganharem força.
Entretanto, de acordo com o major, 95% dos casos são decorrentes de ações humanas. Uma das maiores causas é o descarte incorreto do lixo, que são queimados e podem causar os incêndios, e as queimadas agropecuárias. A soltura de balões e fogos de artifício também estão entre as principais origens das chamas nas florestas.
*Reportagem do estagiário João Pedro Bellizzi, sob supervisão de Iuri Corsini