Capirava é encontrada com armadilha presa ao corpo em Complexo LagunarReprodução / Redes Sociais

Rio - Uma capivara foi encontrada ferida após cair numa armadilha conhecida como "enforca-gato", nesta quinta-feira (10), na região do Cabo da Pombeba, no Complexo Lagunar da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O caso foi denunciado nas redes sociais pelo biológico e ambientalista Mário Moscatelli, que encontrou o animal com a armadilha presa ao corpo, na altura da barriga.
Moscatelli, que atua em prol da preservação da região há décadas, contou que, depois de ver a capivara, no entanto, ao acionar a Guarda Ambiental, o animal fugiu.
"Se de fato for comprovado o uso dessa armadilha, é emergencial uma atuação rigorosa da polícia. Precisamos identificar e punir os responsáveis por esse ato de crueldade", afirmou o biólogo. Ele também destacou ainda que a capivara já apresenta uma ferida visível na barriga, possivelmente causada pelo constante atrito do laço. A armadilha é considerada extremamente cruel, causando lesões severas nos animais, levando à morte lenta e dolorosa.
"Difícil acreditar que temos grupos de extermínio desses animais. Será que cabe políticas públicas com monitoramento de toda a orla lagunar?", escreveu um seguidor nos comentários da postagem.
Procuradas, a Secretaria Municipal do Ambiente e Clima (SMAC) e a Polícia Civil não retornaram o contato até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Morte de animais

Crimes contra capivaras na região não são novidade. Entre o fim de setembro e início de outubro, ao menos quatro mamíferos da espécie foram encontradas mortas com sinais de perfurações por arma de caça no mesmo complexo lagunar.
Segundo Moscatelli, a carne desses animais está sendo vendida em feiras locais, mas alerta que as capivaras estão contaminadas por cianobactérias de alto risco para o organismo humano.
"Essas toxinas não saem da carne, independente da forma que ela for preparada, seja frita, cozida, assada… Então, as pessoas estão adquirindo e consumindo carne contaminada", alerta Mário. Esse grupo de bactérias, quando consumidas, podem interromper as funções do fígado, ocasionar paralisias, irritar a pele e em casos mais raros, gerar câncer.