Jacqueline Iris Bacellar de Assis estava foragida e se entregou à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (15)Pedro Texeira/Agência O Dia

Rio - Jacqueline Iris Bacellar de Assis, auxiliar administrativa que atuava no PCS Lab e suspeita de assinar um laudo de HIV, negou as acusações e afirmou ser vítima da empresa, assim como os pacientes infectados. Segundo a defesa, o laboratório teria manipulado e forjado mensagens, documentos e laudos, utilizando indevidamente seu nome. Jacqueline se entregou à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (15).
Os advogados alegam que ela foi contratada como auxiliar administrativa e tinha a função de conferir nos laudos se havia erros de digitação. Em relação ao documento onde aparece a sua assinatura, contendo um número de registro como biomédica que não é seu, a defesa afirma que o laboratório manipulou e forjou as documentações.
"Jacqueline tem registro junto ao Conselho Federal de Farmácia e jamais cursou faculdade ou atuou como Biomédica durante sua carreira e, principalmente, junto ao laboratório investigado. Jamais entregou qualquer documento ao laboratório que a qualificasse como biomédica e jamais assinou qualquer laudo de análise de amostras, até porque, não tem competência para isso", diz trecho do comunicado emitido pelo escritório Badin e Montezuma Advogados Associados. 
A defesa esclareceu, ainda, que ela entregou pessoalmente os documentos originais no momento de sua admissão, incluindo o diploma e o registro junto ao Conselho Federal de Farmácia. Sobre a mensagem de texto que contém um suposto diploma de Biomédica, os advogados afirmam ser absolutamente falsa. 
"Assim como os pacientes, Jacqueline é vítima do laboratório que manipulou e forjou mensagens, documentos e laudos, utilizando-se indevidamente de seu nome, adulterando a sua qualificação, motivos pelos quais tem plena certeza de que tudo será constatado através da investigação policial e que os devidos culpados responderão pelo ato", finaliza a nota.
A auxiliar estava entre os alvos da Operação Verum, da Polícia Civil, na segunda-feira (14), mas como não foi encontrada, passou a ser considerada foragida. O técnico de laboratório Cleber de Oliveira Santos continua foragido. Durante a operação, foram presos um dos sócios do laboratório PCS Lab Saleme, Walter Vieira, e o responsável técnico do laboratório, Ivanilson Fernandes dos Santos.
Com a prisão de Jacqueline, sobe para três o número de presos. Eles vão responder por crime contra as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.
A ação da polícia descobriu uma falha operacional de controle de qualidade nos testes de diagnóstico de HIV feitos pelo PCS Saleme. Os reagentes dos testes precisavam ser analisados diariamente, mas as investigações apontaram que houve determinação para que fosse diminuída a fiscalização, que passou a ser feita semanalmente, visando a redução de custos e aumento de lucros.