Deputado Rodrigo Bacellar, presidente da AlerjThiago Lontra / Alerj
"O caso do Rio é gravíssimo, e precisamos reunir imediatamente todas as forças políticas e da área de segurança pública, além do Judiciário. O presidente Lula, o governador, o prefeito, deputados, senadores. Sejam de esquerda, de direita, de centro. É preciso mostrar a realidade do Rio e ouvir também quem está na ponta", disse Bacellar.
Além disso, o presidente da Alerj fez críticas ao uso de "mortes violentas para discursos políticos com fins eleitorais". A fala acontece após uma questão levantada pelo prefeito Eduardo Paes. Em vídeo publicado nas redes, Paes reclamou do secretário de Segurança Pública, Victor Santos, e pediu ações mais efetivas de combate ao crime.
"Não dá pra falar de segurança sentado no ar condicionado. A hora é de discutir e entender que todos precisam trabalhar em conjunto. O que não dá é para ficar assistindo episódios tristes e revoltantes como o que ocorreu na manhã desta quinta-feira", completou Bacellar.
O deputado também ressaltou a necessidade de debater a ADPF 634 no Supremo Tribunal Federal (STF), popularmente conhecida como "ADPF das Favelas", que criou protoloco específico para ações policiais nas comunidades do Rio.
O tiroteio ocorreu durante operação da Polícia Militar nas comunidades da Cidade Alta, Cinco-Bocas e Pica-Pau durante a manhã. Motoristas e passageiros que transitavam pela Avenida Brasil foram pegos no fogo cruzado e, em desespero, abandonaram seus veículos, e se protegeram deitando no chão. A via chegou a ser interditada.
A troca de tiros teve início nas primeiras horas da manhã, durante uma operação do 16º BPM (Olaria) para coibir roubos de veículos e cargas no Complexo de Israel. Por volta das 7h, a Avenida Brasil precisou ser interditada, na altura da Cidade Alta, e seguiu com interdições intermitentes, até ser liberada, por volta das 9h40.
O tiroteio provocou impactos na operação de trens do ramal Saracuruna e cinco estações chegaram a ficar fechadas. Também foram afetadas 35 linhas de ônibus municipais e três serviços do corredor Transbrasil do BRT. A circulação começou a ser normalizada por volta das 10h. Além disso, 16 escolas da rede municipal e uma da rede estadual foram fechadas na Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas, Cinco Bocas e Pica-Pau. Dois Centros Municipais de Saúde e uma Clínica da Família da região suspenderam as atividades.
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