Parentes e amigos no sepultamento de Renato Oliveira Alves Reis, 48, no Cemitério Municipal de Nova IguaçuReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Renan Alves, 26 anos, filho de Renato, falou em tom de revolta sobre a situação da segurança no Rio. "Infelizmente é o mundo. Peço que tenhamos mais segurança, cuidado e justiça pelo meu pai", declarou.
Segundo o Renan, o açougueiro era um pai exemplar, além de amigo e suporte para toda família. "Quero homenagear meu pai que foi um excelente amigo, herói. Na medida do possível, sempre que pode ajudava. Gratidão eterna pela vida dele. Independente de tudo, só tenho a agradecer (...). Era um cara trabalhador, respeitador, responsável. Sempre fazia tudo que podia pela família e amigos. Nunca pedindo nada em troca, mas apenas pela amizade", disse.
Renato estava dentro de um ônibus da Transportadora Tinguá, que fazia a linha 493 (Ponto Chic x Central), quando acabou sendo atingido na cabeça por um tiro, na última quinta-feira (24). No mesmo momento, um confronto entre PMs e traficantes acontecia no Complexo de Israel, que margeia a Avenida Brasil, onde o coletivo transitava.
Na manhã da última quinta, a Avenida Brasil, principal via expressa do Rio, chegou a ficar interditada, por cerca de duas horas, e passageiros e motoristas abandonaram os veículos e ficaram abaixados para se protegerem dos disparos. A troca de tiros também impactou o transporte público.
Além de Renato, outras duas pessoas morreram durante a troca de tiros entre a força de segurança e os criminosos: o motorista de aplicativo Paulo Roberto de Souza, de 60 anos; além do caminhoneiro Geneilson Eustaque Ribeiro, de 49 anos. Todos os tiveram perfurações na cabeça.
Outras três pessoas foram baleadas, socorridas e levadas para hospitais da região. Duas delas tiveram alta e uma seguia internada até o fim da tarde desta sexta-feira (25) no Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte.
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