O Cemitério do Pechincha receberá missas no Dia de FinadosRenan Areias / Agência O Dia

Rio – Os cemitérios da cidade prepararam uma programação especial para receber o público no Dia de Finados, neste sábado (2). Além de missas com a presença do cardeal-arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta, estão previstas apresentação de balé, exibição de orquestra, coral, revoada de balões brancos e exposição de arte a céu aberto. O objetivo é confortar os visitantes que irão homenagear seus familiares e amigos.
Cemitério da Penitência
No Cemitério da Penitência, no Caju, Zona Portuária do Rio, Dom Orani vai abrir a programação às 7h30 com uma bênção na capela Ecumênica 1. O Ballet de Manguinhos, projeto que reúne meninas de mais de 20 favelas da Zona Norte, fará uma apresentação especial.
Às 8h30, o padre Pedro Paulo celebrará uma missa em homenagem aos falecidos, que contará com uma revoada de balões brancos.
Em seguida, às 10h30, o Ballet de Manguinhos realizará outra apresentação, com 12 jovens de 6 a 21 anos que dançarão ao som da Orquestra Maré do Amanhã.
"Preparamos uma programação focada na superação e na celebração da vida, que é a palavra que permeia todas as nossas atividades esse ano. Vamos acolher as famílias com ações que estimulam o cuidado à saúde, a elaboração da perda, seja ela qual for, para que os visitantes saiam daqui motivados a seguir ressignificar sua vida com planos e novos horizontes", afirmou Karla Belchior Monielly, CEO do Crematório e Cemitério da Penitência.
Cemitério São Francisco Xavier (Caju)
No São Francisco Xavier, também no Caju, a programação começa com missa celebrada às 9h, por Dom Orani. Outras estão marcadas para 11h, 12h, 13h, 14h, 15h, e 16h.
No local, estão sepultados personalidades como o compositor Noel Rosa, o cantor Tim Maia e Cartola, compositor e fundador da Estação Primeira de Mangueira.
Jardim da Saudade (Paciência e Sulacap)
O Jardim da Saudade de Paciência, na Zona Oeste, contará com um culto evangélico às 9h e uma missa às 11h.
Já no Jardim da Saudade de Sulacap, haverá uma missa às 10h. Os visitantes também poderão conferir uma grande instalação de arte que, segundo a instituição, promoverá "a reflexão sobre a responsabilidade de cada uma das pessoas no universo".
O Coral Arquidiocesano de São Sebastião do Rio fará apresentações nos dois cemitérios: às 10h, em Paciência, e às 11h30, em Sulacap.
Campo Grande
O Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste, abrirá as portas às 7h com uma abertura musical e terá missas às 9h30 e às 16h, além de procissões às 10h30 e às 17h.
São João Batista (Botafogo)
O São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul, terá missas de hora em hora, das 8h às 18h, com participação de Dom Orani ao meio-dia.
O local é conhecido por ser a última morada de nomes importantes da cultura brasileira, como Tom Jobim, Nelson Rodrigues, Carmem Miranda, Santos Dumont, Cazuza, Clara Nunes e muitos outros.
Santa Cruz
O cardeal-arcebispo fará sua última celebração do dia no Cemitério de Santa Cruz, na Zona Oeste, às 16h. O local também receberá missas às 9h, 11h e 14h.
Pechincha
O Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste, receberá missas de hora em hora, das 8h às 16h. Nos arredores, comerciantes se preparam para o movimento no feriado, com comércios de flores.
Vendas nos comércios em queda
Comerciantes nos arredores do Cemitérios do Pechincha têm sentido falta de um movimento maior no Dia de Finados. Claudia de Oliveira tem 54 anos e administra uma loja de flores que foi fundada pela sua avó há mais de 50 anos. Ela afirma que os jovens raramente comparecem ao local.
"Antigamente, as vendas nessas épocas eram bem melhores. Hoje em dia, não, está como se fosse um dia melhorado. Muitas pessoas deixaram de visitar as sepulturas. Antes, vinham muito. Essa juventude pouco vem ao cemitério. Só mesmo no dia de sepultamento, e depois eles não vêm mais. A venda caiu muito nessa época", disse.
Claudia contou que as expectativas de venda estão baixas para este sábado. "Esse ano, eu comprei menos da metade que eu compro ano passado. As vendas estão muito ruins. Creio que amanhã, não vai ser grande coisa, não", afirmou.
"Eu espero uma venda melhor, porque não tem mais muito movimento para isso. Antigamente, esse cemitério ficava desde o começo da rua cheio de camelô. Hoje em dia, não tem mais como antigamente", lamentou.
Joceli Teixeira, de 73 anos, também administra um comércio de floricultura na região. Ela concorda que as procura têm abaixado nos últimos anos e atribui a queda às gavetas verticais que têm sido implementadas para os sepultamentos nos cemitérios.
"São cinco ou seis andares de altura, um em cima do outro. Aonde vai colocar flores? Acabou com a gente. Só vai ter se estiver baixo, que é terra, sepultura perpétua", argumentou a vendedora, que está no ramo há mais de 30 anos.
Para este feriado, Joceli também acha que as vendas serão ruins. "Eu comprava 100 buquês de monsenhor branco, que é o que sai mais. Comprava 10 coloridos, fora as outras flores, como rosas, girassol... Este ano, eu só comprei 60 brancas", explicou.
Mais garis
Um reforço de limpeza será realizado pela Comlurb devido ao comércio informal de flores, velas, santinhos e bebidas na data. A companhia vai atuar com 262 garis realizando os serviços de varrição e remoção de resíduos nas vias de acesso e no entorno de 18 cemitérios da cidade.
Haverá 80 veículos e equipamentos nas ruas, entre caminhões coletores e varredeiras de grande porte, além de pipas d'água para lavagem das vias com água de reuso.