Rio - O corpo do instrutor de paraquedismo José de Alencar Lima Júnior, de 49 anos, que morreu durante um salto na Pedra Bonita, foi velado no Crematório e Cemitério Vertical da Penitência, no Caju, Zona Portuária, na tarde desta segunda-feira (4). A cerimônia de despedida do profissional foi restrita a parentes e amigos e a cremação ocorreu no início da noite.
A família do paraquedista chegou ao local por volta de 15h, mas nenhum parente quis falar sobre o acidente. Conhecido entre os colegas do paraquedismo como Alencar, o instrutor era ex-soldado no 27º Batalhão de Infantaria Paraquedista da Vila Militar.
Ele morreu ao cair da Pedra Bonita durante uma tentativa de salto na modalidade 'speed fly'. O equipamento possui uma vela cerca de cinco vezes menor do que uma usada no parapente e é considerado um esporte de alto risco.
Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o momento que o piloto pula na Pedra Bonita, fora da área da pista de salto, usando o equipamento de salto rápido. A queda parece acontecer logo após a decolagem. A pessoa que fazia a filmagem chega a dizer: "Meu Deus, ele tropeçou".
De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram quase quatro horas de busca para conseguir localizar o paraquedista. Ele foi encontrado em uma área de mata próximo ao ponto de salto. Na queda, ele despencou de uma altura de aproximadamente 250 metros.
Nas redes sociais, a Federação Carioca de Salto Livre publicou uma nota se solidarizando com familiares e amigos do instrutor.
"Infelizmente não data de ontem perdemos nosso amigo Alencar. A Federação Carioca de Salto Livre, na pessoa de seu Presidente Carlos Leocádio (Carlinhos), representando todos os Atletas filiados, se solidariza com os familiares e amigos, pedindo ao todo poderoso muita luz em sua nova missão", compartilhou a página da entidade no Instagram.
O caso é investigado pela Polícia Civil. Os agentes da corporação devem periciar o equipamento utilizado pelo piloto no salto deste domingo.
Mais cedo, a reportagem de O DIA entrou em contato com Bruno Menescal, vice-presidente do Clube São Conrado de Voo Livre (CSCVL), para falar sobre a prática do speed fly. Segundo ele, a modalidade não é regulamentada no país.
"No caso desse acidente, como é uma prática que não é regulamentada, basta a pessoa ter o equipamento e vai aonde ela tiver acesso - o que não é o caso da rampa de voo de São Conrado, que tem que ser credenciado, que tem que ter as credenciais em dia para poder praticar. É uma pessoa que tinha um equipamento, subiu uma trilha, a caminhada da Pedra Bonita é uma trilha pública, e tentou decolar lá de cima", explicou.
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