Descubra como essas rainhas e estilistas vivem além do Carnaval
A vida de uma Rainha de Bateria é repleta de brilho, glamour e muita energia durante o Carnaval. No entanto, após a folia, o que acontece com essas mulheres e os estilistas que criam seus deslumbrantes trajes? O que muitos não sabem é que, fora da avenida, eles têm uma rotina intensa e repleta de responsabilidades, equilibrando trabalho, estudos e desafios diários. Vamos descobrir o que acontece nos bastidores da realeza do samba durante o resto do ano.
A vida de uma rainha de bateria é um conto que vai muito além do brilho e do glamour do carnaval. Letícia Guimarães, aos 41 anos, é a atual rainha de bateria da Acadêmicos de Santa Cruz, mas sua jornada no carnaval começou em 2009 na Inocentes de Belford Roxo. Com 16 anos de avenida, ela já acumulou títulos como princesa e rainha do carnaval do Rio de Janeiro, além de conquistas em festivais internacionais, como sua participação no carnaval de Asakusa, no Japão.
Para Letícia, o carnaval começa logo após o término do anterior. “Muita gente acha que começamos apenas em setembro, quando as disputas de samba começam, mas antes disso, já estamos escolhendo o enredo e nos preparando. Na verdade, vivemos o carnaval praticamente o ano inteiro”, explica. Essa afirmação revela a profundidade da paixão que impulsiona as rainhas e suas escolas, que dedicam suas vidas a um sonho que, embora efêmero, é repleto de emoção.
Além do Carnaval: Desafios e Compromissos
Letícia Guimarães, como ela mesma diz, não vive só de carnaval. Durante os outros oito meses do ano, sua rotina é cheia de compromissos e trabalho duro. Formada em
educação Física, além de se dedicar à faculdade de biomedicina, ela atua como personal trainer. “A vida não é fácil. Durante o ano ainda faço apresentações de dança em eventos. O carnaval é um momento de esquecer tudo e viver intensamente. Só quem desfila sabe o que significa pisar na Sapucaí”, reflete Letícia.
“Meu amor pelo carnaval é imenso, mas isso não significa que não enfrento desafios todos os dias. Conciliar tudo é uma luta constante, mas é uma luta que vale a pena”, afirma Letícia. A jornada dela é um retrato da dedicação, do esforço e do sacrifício que moldam a vida de quem brilha nas avenidas, mas que também enfrenta as exigências da vida fora do carnaval.
A Preparação: Disciplina e Dedicação
A preparação física de Letícia, essencial para manter-se no auge, inicia em agosto, com acompanhamento médico. “Este ano, precisei passar por uma cirurgia para trocar as próteses mamárias. Já estou recuperada e em tratamento com o nutrólogo Dr. Constantino, além de contar com uma equipe maravilhosa para cuidar da minha estética corporal e facial, como o Dr. Gustavo Bredow e o Dr. Olyntho Gonçalves”, revela. A disciplina e o comprometimento são pilares da sua rotina, onde a alimentação equilibrada e os treinos rigorosos ocupam um espaço fundamental.
E o carnaval é apenas uma parte do ano. Entre abril e dezembro, Letícia participa de eventos, palestras e ações sociais, levando seu amor pela cultura e pela arte a diversos públicos. “Acho importante usar minha visibilidade para ajudar e inspirar as pessoas. O carnaval é uma celebração, mas também é uma oportunidade de promover mudanças”, destaca. Essa conexão com a comunidade e a busca por transformar a vida de outros são expressões do verdadeiro espírito do carnaval, que se estende além das festividades.
Com um currículo repleto de conquistas, como a Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro em 2014 e madrinha de bateria da Estácio de Sá em 2019, Letícia está sempre em busca de novos desafios. Para 2025, já antecipa: “Terei algumas surpresas que ainda virão, mas por enquanto, meu foco é o carnaval e a minha rotina, que, mesmo fora da avenida, é cheia de vida e trabalho.”
“Vivo entre a luta do cotidiano e a magia do carnaval, onde cada passo na avenida é um lembrete de que o amor e a dedicação podem transformar a vida em uma dança inesquecível”, finaliza a rainha.
A Trajetória de Uma Rainha que Ilumina a Passarela do Samba;
Letícia Guimarães também brilhou fora do Brasil, levando seu talento e carisma a palcos internacionais, como no Japão, Alemanha e Argentina. Sua presença encantadora em festivais de renome nesses países não apenas ampliou seu reconhecimento, mas também representou a cultura do samba com grande orgulho.
“Esses momentos em solo estrangeiro destacaram a força e a beleza do Carnaval brasileiro, conquistando corações e mostrando ao mundo a tradição e a alegria que o samba representa.”
Do Encanto da Quadra ao Luxo da Sapucaí
Como uma faísca que virou fogo na alma, a paixão pelo carnaval nasceu cedo.
A trajetória do estilista Yan Sollis no carnaval começou em 2005, quando, aos 10 anos, foi levado pela avó para a quadra da Porto da Pedra. Aquele brilho das fantasias e o encanto dos desfiles o cativaram. Iniciou como passista mirim, passando por diversas escolas de samba até começar a explorar o próprio talento na criação de fantasias. Sua avó, grande incentivadora, trazia fantasias para ele desmontar e recriar. Foi assim que Yan descobriu a vocação que guiaria toda a sua vida.
Aos 15 anos, já desenhando e aprimorando seu estilo, tornou-se carnavalesco, criando desfiles em Niterói e São Gonçalo. Em cada carro alegórico, em cada fantasia, ele se dedicava a fazer do carnaval um espetáculo ainda mais fascinante.
Do Sonho à Realidade: O Primeiro Atelier de Fantasias Ganha Vida
O talento cresceu junto com sua dedicação, e o jovem artista abriu seu próprio atelier, o Atelier Sollis, onde passou a criar fantasias luxuosas e únicas para as musas que desfilam na Marquês de Sapucaí.
Hoje, com 29 anos, Yan Sollis é um nome consagrado. Seu atelier já vestiu personalidades como MC Melody, Darlim Ferratry, Lexa, Anitta, e figuras icônicas do samba, como Evelyn Bastos, Rainha de Bateria da Mangueira, e Mayara Lima, Rainha da Paraíso do Tuiuti.
Como se não bastasse vestir as musas e rainhas, ele deu mais um passo no carnaval, passou a desfilar como muso da Inocentes de Belford Roxo, da União do Parque Acari, e Rei de Bateria da Diz que me Ama, em Maricá.
No entanto, quem pensa que Yan vive apenas de carnaval se engana. Além de figurinista, ele atua como maquiador, designer de penteados e criador de figurinos para espetáculos de dança e teatro.
Entre seus muitos sonhos, um se destaca: vestir Anitta, sua ídola e inspiração, cujo nome ele até tatuou. Um dia, a oportunidade bateu à porta quando Nathanny Pérez, musa da Unidos da Tijuca, ligou perguntando se Yan teria um figurino para a cantora usar em seu ensaio para o carnaval. “Fiquei pálido, me tremendo”, lembra. Emocionado, ele rapidamente criou uma peça para Anitta, realizando um sonho que parecia impossível. “Às vezes, nem acredito, mas é verdade: ela vestiu uma parte do meu talento e do meu sonho.”
Nessa jornada, Yan conta com o apoio incondicional da mãe, também musa do carnaval e sua fiel companheira. “Ela é meu braço direito, minha guardiã. É quem organiza tudo e está comigo em cada passo, investindo e acreditando em mim. Sem ela, eu não seria metade do figurinista que sou.”
A história de Yan é uma verdadeira celebração de perseverança, talento e paixão. Um menino apaixonado pelo carnaval que, com apoio e dedicação, transformou o sonho em realidade.
Um Figurino um Sonho e Anitta no Palco
Yan Veste Anitta e Realiza Seu Sonho
Para Yan, vestir Anitta sempre foi um sonho distante, um objetivo que ele acreditava estar fora de alcance. Sua admiração pela cantora era tamanha que ele decidiu tatuar o nome dela em seu corpo, um símbolo de sua inspiração e respeito por quem considera a maior artista do Brasil.
“Eu sempre achei que isso nunca fosse acontecer. Anitta era um sonho que eu nem ousava contar em voz alta,” relembra Yan, emocionado.
Mas, um dia, o telefone tocou com uma surpresa que mudaria tudo. Era sua amiga Nathanny Pérez, musa da Unidos da Tijuca, perguntando se Yan teria um figurino para Anitta usar em um ensaio para o próximo carnaval. “Na hora, fiquei pálido e tremendo,” confessa. Ele rapidamente mobilizou sua criatividade e, com as mãos trêmulas, montou uma fantasia especial para a cantora.
Quando finalmente viu Anitta vestida com sua criação, Yan sentiu que uma parte de seu talento e do seu sonho estava se realizando diante de seus olhos. “Às vezes, nem acredito, mas é verdade: ela vestiu uma parte do meu talento e do meu sonho,” diz ele, com brilho nos olhos.
Esse momento, segundo Yan, é uma conquista que sempre carregará consigo, uma confirmação de que sonhos, por maiores que sejam, podem se tornar realidade quando há paixão e dedicação envolvidos.
Depois do Brilho da Avenida: A Rotina de Trabalho que Segue para Além do Carnaval
No entanto, quem pensa que Yan vive apenas do glamour do carnaval se engana. Quando as luzes da Sapucaí se apagam e o samba dá lugar ao silêncio, a rotina de Yan continua intensa. Além de figurinista, ele é um artista multifacetado que se dedica à maquiagem, ao design de penteados e à criação de figurinos para espetáculos de dança e teatro. Para ele, o carnaval é só uma parte do ano.
Entre uma fantasia e outra, Yan transforma bailarinas em personagens encantados, desenha trajes para peças teatrais e cria looks detalhados para apresentações de dança. Com habilidade e atenção a cada detalhe, ele se reinventa diariamente, explorando novos desafios e levando o brilho e a magia do carnaval a outras expressões artísticas.
“O carnaval é meu grande amor, mas a arte não fica ali. Vivo para criar e dar forma a sonhos em qualquer palco, em qualquer época do ano,” afirma Yan, destacando a importância de diversificar seu trabalho.
Quando perguntado sobre como é sua rotina após o carnaval, ele responde: “Após o desfile, é hora de focar em novos projetos. Faço maquiagens para espetáculos, trabalho em figurinos de dança e até crio penteados personalizados. Cada dia traz um novo desafio, e isso me motiva.”
Yan também revela que a inspiração não se limita ao carnaval: “A arte está em tudo ao meu redor. Uma peça de teatro ou um show de dança me inspira tanto quanto um desfile. É fundamental não se acomodar e sempre buscar algo novo.”
Essa dedicação é o que mantém Yan em movimento, com trabalho constante mesmo fora dos holofotes do carnaval, revelando que sua vida é de fato um espetáculo que nunca termina.
Mesmo após o esplendor do carnaval, a vida dos figurinistas como Yan continua com seus desafios e obrigações. O glamour que dura cerca de três meses é seguido por um ano inteiro de trabalho duro, onde muitos desses artistas precisam equilibrar suas paixões com outras fontes de renda. Com compromissos que vão além dos desfiles, eles se desdobram em diversos empregos, enfrentando a realidade de um mercado competitivo e exigente.
O carnaval pode ser uma celebração, mas a vida deles é uma maratona de dedicação, criatividade, resiliência, onde cada dia é uma nova oportunidade de brilhar em outros palcos e expressar sua arte em diferentes contextos.
Monique Rizzeto sempre teve o Carnaval como parte essencial de sua vida. Desde jovem, assistia aos desfiles com brilho nos olhos, encantada pela música, pelas cores e pela energia contagiante. Sua paixão pelo samba a levou a trilhar o caminho que a transformaria em Rainha de Bateria. O sonho de ocupar essa posição se tornou um objetivo pessoal, pois Monique enxergava no samba uma forma de expressão autêntica e um símbolo de orgulho.
Depois de anos de dedicação, treinamentos e desfiles, Monique finalmente conquistou o título de Rainha de Bateria. Sua jornada até aqui foi marcada por muito estudo e dedicação, com cursos de dança e aperfeiçoamento corporal, que incluem formações específicas em samba e técnicas de palco. A trajetória é um exemplo de persistência e amor pela arte, o que lhe trouxe reconhecimento e a posição de destaque na avenida.
O Papel de Sua Mãe na Conquista do Sonho, um exemplo de amor e inspiração
Monique sempre teve em sua mãe um exemplo de força e inspiração. Desde pequena, cresceu vendo o apoio incondicional que a mãe lhe dava, incentivando cada passo de sua jornada no samba. “Minha mãe é minha base, minha melhor amiga e a minha maior torcida. Ela sempre esteve ao meu lado, me apoiando em cada desafio e acreditando em mim,” revela Monique, emocionada. Essa relação próxima se refletiu também na dança, já que a mãe de Monique também tinha a paixão pelo ritmo, uma herança que ela fez questão de passar adiante.
A mãe foi essencial para que Monique acreditasse em seu sonho de se tornar Rainha de Bateria. “Ela sempre dizia que eu podia chegar onde quisesse, que eu era forte o suficiente para conquistar tudo,” conta Monique, lembrando das palavras que lhe deram forças para superar as dificuldades e abraçar o sonho com determinação.
Além do Carnaval: Trabalho, Empreendedorismo e Amor aos Animais
Fora dos holofotes do Carnaval, Monique divide o tempo entre suas diversas paixões. Como empreendedora, ela administra seu próprio negócio com muita dedicação. “Ser empreendedora é um desafio diário. Cada dia é uma conquista, e eu amo ver as ideias tomando forma e virando realidade. Dá um orgulho ver tudo acontecendo do jeito que planejei,” afirma Monique, que se dedica a cada projeto com a mesma intensidade com que pisa na avenida. Ela ainda dá aulas de dança e yoga.
Mas, além do trabalho, seu grande amor são os animais resgatados. Monique já levou para casa desde cachorros encontrados na beira da estrada até um gato que perdeu um olho. “Eu vejo e não consigo deixar para trás. Eles precisam de amor, e é maravilhoso saber que posso oferecer isso a eles,” conta ela, emocionada. Entre os resgates mais inesperados estão duas mulas e dois burrinhos, que ela acolheu e cuidou. Esse lado cuidadoso faz parte de quem ela é fora do samba, mostrando que a Rainha de Bateria também é uma rainha de compaixão.
_ Começo Modesto, Sonho Grande_
Allan começou sua carreira no mundo da moda de maneira inusitada, quando se apresentou como drag queen em sua comunidade no Rio de Janeiro. Essa experiência despertou sua paixão pela costura, e ele começou a criar suas próprias fantasias, explorando cores vibrantes e detalhes exuberantes que refletiam sua personalidade. “Percebi que a moda poderia ser uma forma poderosa de expressão artística”, lembra Allan, sobre os primeiros passos de sua jornada.
Com o tempo, seu talento chamou a atenção das escolas de samba, e Allan se viu imerso no universo do carnaval. Sua habilidade em criar fantasias não só encantou o público, mas também o estabeleceu como um estilista respeitado na cena carnavalesca. “Minha transição de drag queen a estilista de carnaval foi uma forma de representar minha comunidade e celebrar minha identidade através da arte do samba”, afirma.
Allan sempre teve uma forte conexão com a comunidade LGBTQIA+, onde encontrou seu espaço para se expressar livremente. Sua jornada começou como drag queen, quando ele começou a criar suas próprias fantasias, imerso nas cores e brilhos que caracterizam esse universo. Foi nesse ambiente de criatividade e aceitação que Allan descobriu sua verdadeira paixão pela moda e pela costura, um caminho que o levaria, anos depois, ao mundo do carnaval.
“Minha relação com a comunidade LGBTQIA+ sempre foi de acolhimento e liberdade. Foi lá que encontrei minha identidade e, através da arte drag, percebi o poder transformador da moda. O carnaval, para mim, é a continuação dessa expressão, um lugar onde posso mostrar minha arte e dar visibilidade a tudo o que aprendi e vivi dentro da comunidade”, afirma Allan.
Ao longo dos anos, Allan teve a honra de vestir diversas rainhas de carnaval, acumulando experiências e conquistas que o levaram a se tornar um dos estilistas mais procurados das escolas de samba. “Cada fantasia que crio carrega um pouco da alma da artista que irá usá-la. Para mim, o carnaval é uma celebração da vida e da cultura, e eu busco traduzir isso em cada detalhe das minhas criações”, afirma.
As Rainhas do Carnaval 2024: Estilo e Brilho de Allan
Neste ano, Allan teve a honra de vestir grandes nomes do carnaval, destacando-se com suas criações deslumbrantes. Entre as celebridades que confiaram em seu talento, estão:
Jojo Todynho - Mocidade
Lorena Raíssa - Beija-Flor
Carla Chieira - Beija-Flor
Raissa Oliveira - Beija-Flor
Evelyn Bastos - Mangueira
Vivian Soares - Fla Manguaça
Viviane de Assis - Viradouro
Sa Morena - Guerreiros Tricolores
Luciana da Silva - Musa
Allan produziu entre 20 a 30 fantasias para desfiles oficiais além de inúmeras roupas de pista mantendo uma média de 20 modelos por semana durante essa época intensa. Cada fantasia reflete não apenas sua habilidade mas também sua paixão pelo carnaval, celebrando a beleza e a força de cada rainha que ele veste.
“Comecei com drag e nunca imaginei chegar onde cheguei, vestindo todas essas celebridades do mundo da música e do carnaval. Este ano, tive o prazer de produzir Jojo Todynho, Letícia Guimarães, Lorena Raíssa, a rainha de bateria do Japão, e a cantora Lexa. Tive a oportunidade de ir à festa de aniversário da Cariucha em São Paulo agora em setembro. Estou vivendo um momento de sucesso e espero que venham muitos e muitos mais.”
Vida Além da Avenida: Transformando Vidas Através da Moda
Além dessas oficinas, Allan continua trabalhando em coleções exclusivas e vestuário sob medida para clientes que valorizam seu talento e visão. Ele se torna uma referência na moda, criando peças que não apenas deslumbram, mas também contam histórias.
O carnaval, para Allan, é mais do que apenas uma festa; é uma oportunidade de celebrar a cultura, a diversidade e a arte. “É um momento em que consigo expressar minha arte e trazer à tona a cultura do samba. E mesmo após a folia, meu compromisso com a moda e a transformação social continua”, conclui Allan.
A Magia do Carnaval
Durante os preparativos para o carnaval, a rotina de Allan se torna uma verdadeira maratona. Entre tecidos, paetês e penas, ele coloca todo seu esforço na criação de trajes que brilham na avenida. “É um momento em que consigo expressar minha arte e trazer à tona a cultura do samba”, conta. As criações de Allan são muito mais do que roupas: são obras de arte que carregam tradição, cores e a essência.
Felipe Rangel, nascido e criado em Salvador - BA, sempre teve a energia do carnaval pulsando em sua rotina. Com avós presidentes de uma escola de samba e uma mãe costureira de folguedos e artesã, o universo carnavalesco fez parte de sua vida desde muito cedo. No entanto, o grande sonho de Felipe era trabalhar com o carnaval do Rio de Janeiro, que ele acompanhava pela televisão durante sua infância. Em 2014, aos 15 anos, ele se mudou para a cidade maravilhosa com sua mãe e pôde, enfim, dar início à sua carreira no cenário das escolas de samba cariocas.
Felipe começou sua trajetória como aderecista na Alegria da Zona Sul e logo se destacou, passando a figurinista. Seu primeiro figurino foi confeccionado para sua própria mãe, marcando o ponto de partida da sua carreira no mundo dos figurinos. A ascensão de Felipe no carnaval foi lenta, mas constante. Mesmo morando em uma kitnet em São Gonçalo, ele já atendia algumas musas do carnaval e seu trabalho foi crescendo aos poucos.
Superando Obstáculos: A Fase Difícil durante a Pandemia
Durante a pandemia, Felipe se mudou para a Tijuca, onde abriu seu atelier. No entanto, a chegada da Covid-19 trouxe desafios imensos para o setor cultural, paralisando eventos e afastando os trabalhos. Com a situação financeira crítica, Felipe e sua mãe tiveram que se reinventar e decidiram abrir uma hamburgueria delivery temática de carnaval. O cardápio incluía hambúrgueres e combos com nomes inspirados em escolas de samba, permitindo que eles se mantivessem ativos e criativos em meio à crise.
Apesar do trabalho intenso na hamburgueria, a fase foi extremamente difícil para Felipe, que ansiava por voltar ao que mais amava: criar fantasias para o carnaval. “Foi um momento tão difícil que eu achei que não iria superar. As pessoas não saíam de casa, e a realidade era muito desafiadora. A resiliência e a determinação de ambos em enfrentar esses tempos difíceis foram fundamentais. Graças a Deus, com a retomada dos espetáculos em 2022, pude voltar a realizar meu sonho e continuar a confeccionar as fantasias que sempre foram minha paixão, transformando o ateliê em um centro de criação vibrante e ativo.”
Atelier Felipe Rangel: Um centro de criação e diversidade além do carnaval
Atualmente localizado na Tijuca, o Atelier Felipe Rangel se especializa na produção de figurinos para o carnaval, mas também atende outras demandas, como aniversários, moda infantil, eventos corporativos, casamentos, debutantes, concursos de beleza, e até figurinos exclusivos para o setor erótico (não divulgados). Com uma equipe dedicada, o atelier tem um público diversificado que inclui rainhas de bateria, musas, artistas de TV e cinema, e cantores. Para Felipe, olhar para sua trajetória de 10 anos de mercado é um momento de gratidão. Ele começou com apenas 15 anos, e hoje, aos 25, possui uma estrutura profissional que continua em crescimento, buscando sempre o aprimoramento e aprendendo com cada figurino criado.
Embora o foco de Felipe seja o carnaval, ele está sempre ocupado o ano todo. O processo de criação para o carnaval começa muito antes dos desfiles, com muitas musas procurando seus figurinos no início do ano. Além disso, Felipe também trabalha com figurinos para teatro, televisão, ensaios fotográficos e outras áreas, mantendo uma agenda cheia o ano todo. Para ele, o carnaval nunca para, e sua dedicação à arte de confeccionar figurinos é um trabalho constante e apaixonado.
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