Uma nova audiência foi marcada para o dia 18 de fevereiro, quando serão ouvidas testemunhas de acusação que faltaram nesta terça-feira e as testemunhas de defesa. A defesa de Érika informou que solicitou a nulidade processual. Com isso, o Ministério Público do Rio deve dar um parecer sobre o pedido antes de haver uma determinação pelo juízo.
De acordo com a denúncia do MPRJ, embora o empréstimo tenha sido contratado pelo idoso ainda vivo, o saque de quase R$ 18 mil não poderia mais ser realizado, porque a vítima já tinha falecido quando a mulher tentou realizar o saque e foi presa em flagrante. Na ocasião, funcionários da agência estranharam a situação e acionaram o Serviço Móvel de Urgência (Samu), que constatou a morte.
A sobrinha cumpre medidas cautelares desde 2 de maio após ter a prisão revogada pela Justiça. Ela responde pelos crimes de estelionato e vilipêndio de cadáver.
Ainda segundo o MPRJ, Érika, mediante a fraude, tentou se apropriar de valores que não seriam mais utilizados em favor de seu tio, o que ocasionaria um prejuízo ao banco que concedeu o empréstimo. Além disso, a promotoria alega "desprezo e desrespeito" pelo idoso ao levá-lo ao banco morto para realizar o saque do dinheiro, o que justificou a denúncia pelo crime de vilipêndio de cadáver. Já a defesa de Érika, representada pela advogada Ana Carla de Souza Correia, garante que ela é inocente e não teria percebido que o tio havia morrido.
Relembre o caso
Paulo foi levado por Érika a uma agência bancária, em Bangu. Na ocasião, ela se apresentou aos funcionários como sua sobrinha para resgatar R$ 17.975,38 do empréstimo realizado em nome do idoso. A mulher entrou com o cadáver em uma cadeira de rodas e falou com ele normalmente, pedindo inclusive para que o tio assinasse o documento que autorizava o recolhimento do dinheiro.
Érika de Souza Vieira Nunes levou o corpo de Paulo Roberto, de 68 anos, a uma agência bancária do Itaú, em Bangu, para tentar pegar um empréstimo de R$ 17 mil no nome dele. Ela foi encaminhada para a delegacia prestar depoimento.
Funcionários da agência bancária desconfiaram e chamaram equipes do Samu. Contrariando o que a mulher falou, os agentes identificaram que Paulo teria morrido há cerca de duas horas, conforme explicou o delegado Fábio Luiz, responsável pelo caso. Segundo o titular da 34ª DP, livores cadavéricos, que são acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação, indicam que Paulo não teria morrido sentado, como estava na cadeira, mas possivelmente deitado.
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