Caminhada reuniu representantes da sociedade civil em CopacabanaCristina Lacerda / Divulgação
Grupo Mulheres pelo Brasil faz caminhada na Praia de Copacabana
Caminhada pediu o fim da violência contra mulheres e meninas; projeto aconteceu em outras 85 cidades do Brasil
Rio - O sol quente no Rio não afastou as mulheres que participaram da 7ª edição da Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, organizada pelo Grupo Mulheres do Brasil, dentro dos 21 dias de ativismo da Organização das Nações Unidas em defesa da causa neste domingo (1), na Praia de Copacabana, Zona Sul.
O evento aconteceu em 85 cidades no Brasil e exterior, entre elas Tokai, no Japão, Dublin (Irlanda), Braga (Portugal) e Nova Iorque, nos Estados Unidos. Segundo Marilha Boldt, líder do Comitê de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas do Grupo Mulheres do Brasil no Rio de Janeiro, "não é normal que o Brasil continue sendo o quinto país que mais mata mulheres no mundo. "É necessário um trabalho conjunto entre setor público e privado. O setor privado precisa valorizar políticas que estejam alinhadas às necessidades parentais, além de prover ambientes pró-família. Já o setor público precisa investir na infraestrutura da rede de apoio pública, como escolas e creches em horário integral. Precisamos de pais realizando paternidade ativa e compartilhada de fato, sem abusos", acrescentou.
Para a desembargadora Andrea Pachá, participar da caminhada é afirmar o direito à vida digna pela igualdade com alegria, criatividade e afeto. "Passados quase 20 anos da Lei Maria da Penha, quando estatísticas e importantes redes de apoio começaram a ser montadas, vemos que este é momento de uma comunicação mais potente para chegarmos a uma solução definitiva", disse.
A paratleta Naiara Ramalho, número um do Rio e quarta no Brasil na categoria tiro esportivo, foi vítima de violência psicológica em seu casamento por isso fez questão de engajar na manifestação. "O pior é que a gente sofre violência psicológica e nem percebe. Por isso a importância de falarmos sobre isso", apontou.
A delegada Gabriela Von, coordenadora das Delegacias de Atendimento às Mulheres (Deams), também vê a solução com um trabalho em rede. "Juntas quebraremos o ciclo da violência", defendeu.
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