Capitão de Mar e Guerra Gisele Mendes de Souza e Mello levou um tiro na cabeçaReprodução

Rio - A médica da Marinha Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos, foi cremada na tarde desta quinta-feira (12), no Cemitério do Caju, na região portuária. A pedido da família, a cerimônia de despedida da Capitão de Mar e Guerra aconteceu de forma reservada, apenas com a presença de pessoas próximas. Durante o funeral, foram prestadas as devidas honras fúnebres conduzidas pela Marinha.
Gisele foi baleada na cabeça dentro do Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte, na terça-feira (10), mesmo dia em que seu filho completou 22 anos. O caso aconteceu durante uma operação policial no Complexo do Lins e a médica participava de um evento no interior da unidade de saúde no momento em que foi atingida.
De acordo com a Polícia Militar, os agentes foram atacados por criminosos ao chegarem na comunidade do Gambá. Ainda segundo a corporação, após o confronto, os militares receberam a informação de que uma vítima havia sido ferida no hospital. Gisele chegou a ser socorrida pelos colegas e encaminhada ao centro cirúrgico, mas não resistiu.
Ao DIA, servidores, pacientes e acompanhantes relataram insegurança e medo ao retratar a rotina no Hospital Naval Marcílio Dias. Um denunciante, que frequenta o hospital há 10 anos, diz que ouve frequentemente barulhos de tiroteios no Complexo do Lins. "Eu levava a minha mulher para tratamento contra o câncer e também levei meu pai por anos, pois ele era transplantado renal. O sentimento é de insegurança mesmo", disse.
Uma servidora do hospital também denunciou à reportagem que trabalhar no local é desafiador devido às constantes operações policiais ou trocas de tiros entre criminosos na região. "Os aplicativos de transporte demoram muito para aceitar a corrida. É realmente um lugar perigoso, e quase ninguém aceita ser transferido para cá", afirma.
Nesta quinta-feira (12), a Marinha iniciou uma operação de segurança sem data para acabar no entorno da unidade de saúde. O objetivo é garantir a segurança da tripulação e de usuários do hospital. Os fuzileiros realizam a ação ostensiva, 24 horas por dia, com oito veículos blindados no perímetro de até 1.320 metros da organização militar.
O porta-voz da instituição, Dirlei Donizette Codo, explicou que 250 militares foram empregados na chamada "ação de presença". O Capitão de Mar e Guerra acrescentou que os fuzileiros poderão dar voz de prisão se houver flagrante de crimes durante os patrulhamentos.