Membros da ONG Ação da Cidadania distribuem alimentos para famílias no RioBreno Lima / Ação da Cidadania

Rio - A campanha Natal sem Fome, da ONG Ação da Cidadania, vai distribuir 280 toneladas de alimentos para famílias que sofrem com insegurança alimentar em todo o estado do Rio. As ações acontecem nesta sexta-feira (20) e neste sábado (21), na sede da organização, na Gamboa, na Zona Portuária. Ao todo, serão 28 mil cestas básicas doadas, além de brinquedos e panetones.
Membros da entidade, fundada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho (1935-1997), iniciaram a distribuição dos alimentos nesta sexta, às 8h. Os mantimentos são entregues em comunidades, abrigos, ocupações, assentamentos, além de áreas rurais, ribeirinhas e quilombolas espalhados pelo estado.
Atuando em todo o território nacional, a campanha já enviou carretas com mais de 2 mil toneladas de comida todo o país, beneficiando mais de 800 mil pessoas, especialmente crianças e famílias afetadas pelas enchentes, secas e queimadas.
"Nosso desejo é que esse seja o último Natal sem Fome em 31 anos de história. São quase nove milhões de pessoas que não têm o que comer, a maioria mulheres e crianças. Nosso desejo é que, pelo menos no Natal, elas tenham comida na mesa. A fome não pode ser maior que a solidariedade", destaca Daniel Souza, presidente do Conselho da Ação da Cidadania e filho de Betinho, criador da célebre frase "Quem tem fome tem pressa".
Todos os alimentos foram frutos de doações em dinheiro, realizada por pessoas físicas e empresas, através site oficial. Com o dinheiro arrecado, a ONG compra as cestas básicas e entrega aos comitês regionais, que levam os alimentos até as famílias. No estado do Rio, 300 líderes realizam esse trabalho. A organização está recebendo as doações até o final do ano de 2024.
Atualmente, 64 milhões de brasileiros estão em insegurança alimentar, incluindo 9 milhões vivendo em situação de fome, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na cidade do Rio, são 468 mil famílias vivendo nesta situação, o que representa a pior marca da região sudeste, junto com São Paulo.