Jane Raquel entrou na loja da Farm para ver um vestido e alega que foi acusada de rouboReprodução / redes sociais

Rio - Uma mulher denunciou nas redes sociais ter sido vítima de racismo na última quinta-feira (19), enquanto olhava vestidos na loja da Farm, no shopping Nova América, em Del Castilho, Zona Norte do Rio. A empreendedora Jane Raquel, 33, disse que foi acusada pela gerente e o estoquista do local de furtar um item, mesmo sem nenhuma prova.
A vítima detalhou que entrou no estabelecimento acompanhada de quatro amigas. Enquanto olhava as peças em uma arara, as demais deixaram a loja, e ela deu uma leve corrida para alcançá-las. Esse movimento, segundo Jane, chamou a atenção dos funcionários, que posteriormente a acusaram de furto.
"Vivenciei algo muito doloroso, sofri racismo e fui acusada injustamente de roubo. Só mexi na primeira arara, saí da loja e dei uma corridinha para alcançar elas. Fomos em outras lojas e senti que estava sendo seguida por volta de 40 minutos, e logo em seguida fui abordada pela gerente me acusando de roubo sem nenhuma prova. Fomos até a loja e chegando lá, sem provas e sem ter conferido a câmera antes, pediu para olhar minha bolsa", escreveu.
Ao DIA, Jane conta que desde o momento em que entrou na loja, já se sentiu desconfortável com a forma em que foi atendida: "Todos os atos, desde o início, foram de racismo! Desde o momento em que eu entrei na loja, encostei na peça e virei o preço, ela [gerente] já me discriminou, dando a entender como se eu não tivesse condições alguma de comprar aquela peça. Então, no mesmo pé que eu entrei, eu saí da loja, não cheguei nem a rondar pela loja. Eu cheguei na primeira arara, onde estava o vestido que me chamou atenção para minha filha". 
Ainda conforme a empreendedora, após voltar no local para esclarecer a acusação, a equipe do estabelecimento fechou o espaço com ela e as amigas dentro. Jane também afirmou que alguns funcionários debocharam da situação.
"Um segundo funcionário disse que me viu saindo com uma peça na mão, nos mandou calar a boca fazendo um sinal de deboche com a mão. Continuamos por mais ou menos 1h dentro da loja com os funcionários e o coordenador do shopping responsável pela segurança, e quando saímos ficamos mais 50 minutos aguardando a polícia", escreveu.
Jane disse que ela, as amigas e os funcionários foram parar na 44ª DP (Inhaúma), onde o caso foi registrado. Ela relembrou ainda que, mesmo após provar que não tinha roubado nada, não recebeu nenhum pedido de desculpas por parte dos envolvidos. 
A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento e testemunhas estão sendo ouvidas.
Por meio de nota, o shopping Nova América disse que não tolera nenhuma forma de discriminação e acompanha a situação ocorrida em uma de suas lojas. "O shopping reitera que o ocorrido não reflete a cultura da empresa, que preza pelo respeito, a pluralidade e a diversidade", acrescentou.
A reportagem de O DIA procurou o Grupo Soma, que responde pela marca Farm, mas não teve retorno. O espaço segue aberto.